Pesquisa mostra que a população de Belo Horizonte é contra o aumento de impostos

 

90% acham que aumento de imposto afeta negativamente o consumo

 

Uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG mostra que os belo-horizontinos são contra o aumento de impostos. Para 96,5% dos entrevistados, o momento não é ideal para aumentar imposto.

Foram entrevistadas 400 pessoas em Belo Horizonte, entre os dias 05 e 13 de dezembro de 2023. A faixa etária compreendeu moradores entre 16 e 60 anos ou mais das regiões do Barreiro, Centro-Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Noroeste, Norte, Pampulha e Venda Nova.

A pesquisa mostra que as pessoas sabem que ao fazer uma compra, o imposto está embutido no valor. É o que apontam 92,5% dos entrevistados contra 7,5% que dizem desconhecer que o imposto onera o preço do produto.

A grande maioria, 90%, acredita que se o governo estadual aumentar algum imposto, isso vai afetar seu consumo de forma negativa. A pesquisa confirma a percepção dos cidadãos sobre o peso da carga tributária. Para 88% dos entrevistados, a carga de impostos cobrada atualmente é alta ou muito alta. Desta forma, 92,3% dizem que não aceitam pagar mais impostos contra 5,8% que aceitariam pagá-los.

O retorno social (infraestrutura, segurança, educação) da carga tributária cobrada atualmente é visto como ruim ou muito ruim por 73,8%. Uma proposta de cobrança de mais impostos em Minas Gerais é rechaçada pela maioria, sendo ruim ou muito ruim para 82,1%. Apenas 5,5% a avaliam como boa ou muito boa.

 

Olhar Econômico

Por Gabriela Martins – Economista da Fecomércio MG

A discussão acerca da carga tributária e seus impactos normalmente estão atrelados às discussões diretas com os empresários, sejam eles do comércio, serviços ou de outros setores da economia. Tendo em vista este distanciamento da população como um todo, o Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG realizou uma pesquisa diretamente com o consumidor belo-horizontino, de forma a captar a percepção da população frente a atual carga tributária paga.

O primeiro e, talvez, o mais importante ponto discorrido tange o conhecimento das pessoas sobre o pagamento de impostos ao realizar compras. Atualmente, 92,5% da população belo-horizontina reconhece que ao consumir há a incidência direta de tributos nos seus produtos e serviços, demonstrando um alinhamento da população perante o assunto. Outra comprovação deste alinhamento é percebida quando 90,0% da população afirma que se o governo estadual aumentar algum imposto o consumo será impactado negativamente.

É certo que o aumento de impostos pode ter vários impactos no consumo, tanto a curto quanto a longo prazo, gerando aumento da inflação, redução do poder de compra e, consequentemente, desaceleração econômica. No entanto, a elevação da carga tributária pode colaborar para a redução do déficit orçamentário, para o financiamento de serviços públicos, investimentos, equidade fiscal, entre outros.

Tendo em vista a necessidade dos recursos oriundos da arrecadação tributária, o governo de Minas Gerais propôs elevar a alíquota de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) do estado para 19,5%. Segundo o governo do estado, essa atitude visa anular um potencial efeito negativo da Reforma Tributária em tramitação no Congresso.

A carga tributária, foi considerada alta ou muito alta por 88,0% dos belo-horizontinos. Na capital mineira 92,3% da população afirma que não aceitariam o pagamento de mais impostos e 73,8% julgam que o retorno social oriundo da carga tributária é ruim ou muito ruim. Visto isso, a decisão de aumentar o ICMS contribuirá para os efeitos negativos descritos anteriormente, além de tendenciar a elevação da insatisfação das pessoas físicas e jurídicas gerando reações políticas adversas.

Para 82,1% dos consumidores a proposta do governo estadual é ruim ou muito ruim e, para 96,5%, este não é um bom momento para aumentar impostos. Embora o aumento da carga do ICMS seja apresentado como uma medida necessária para a estabilidade financeiro do governo, é notório pela percepção popular que haverá consequências negativas para a economia e para a sociedade como um todo.

Como visto, a imposição de cargas tributárias mais pesadas frequentemente resulta em uma redução do poder de compra dos consumidores, levando a uma diminuição do consumo e afetando diretamente a atividade econômica. Além disso, o aumento de impostos pode desencorajar o investimento empresarial, com empresas adiando planos de expansão e, em alguns casos, buscando refúgio em jurisdições fiscais mais favoráveis. Adicionalmente, esse tipo de medida tende a aumentar a evasão fiscal, pois os contribuintes procuram formas de minimizar os encargos fiscais, minando assim os objetivos originais de arrecadação. Por fim, o aumento de impostos pode criar um ciclo prejudicial, impactando negativamente o crescimento econômico, a equidade social e minando a confiança dos cidadãos nas políticas governamentais. Portanto, a implementação de medidas fiscais deve ser cuidadosamente ponderada para evitar repercussões indesejadas e preservar o equilíbrio entre a necessidade de receitas e a sustentabilidade econômica.

Sobre a Fecomércio MG

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais integra o Sistema Fecomércio MG, Sesc e Senac em Minas e Sindicatos Empresariais que tem como presidente o empresário Nadim Donato. A Fecomércio MG é a maior representante do setor terciário no estado, atuando em prol de mais de 740 mil empresas mineiras. Em conjunto com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, a Fecomércio MG atua junto às esferas pública e privada para defender os interesses do setor de Bens, Serviços e Turismo a fim de requisitar melhores condições tributárias, celebrar convenções coletivas de trabalho, disponibilizar benefícios visando o desenvolvimento do comércio no estado e muito mais.

Há 85 anos fortalecendo e defendendo o setor, beneficiando e transformando a vida dos cidadãos.

Carga tributária pesquisa

 

 

 

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