O PROPÓSITO

Sabe quando entra numa lanchonete, escolhe exatamente de acordo com seu apetite e/ou vontade a montagem de um pastel que lhe será servido minutos depois?   E caso lhe venha em mente o interesse de pedir um segundo ainda lhe é possível, pois poderá fazê-lo sem sentir peso na consciência?   Agradeço ao Criador por em dados momentos da minha vida poder me sentir assim, meio rico.   Refletir sobre riqueza e pobreza nos remete a pensar sobre inúmeras coisas, e pior que nunca se chega definitivamente a uma única resposta.   Ao sair daquela bendita lanchonete pude perceber sem fazer força, um olhar que se bem analisado, seria traduzido em inúmeros significados, um homem que aparentava a minha idade ou até um pouco menos se misturava aos transeuntes, roupas sujas, dirigia-se sem nada falar às pessoas, mas os olhos daquela pessoa falava por ele, o que dizia aquele olhar penetrante?   Socorro!   Olhem para mim!   Eu quero atenção!   Me dê algo para comer!   Mas a presença dele causava mais rejeição e incômodo que qualquer outra coisa, e as pessoas desviavam.   Sabem quando tentamos encostar duas partes de metais imantados usando o lado contrário e os lados ao invés de se atraírem, provocam força de repulsa?   Essa foi a impressão que tive daquele homem em relação aos seus semelhantes.   Triste.  Reduzi as passadas e percebi uma pessoa indagar ao “estranho mendigo” se estaria com fome, a que ele respondeu de pronto que queria comer sim.   A pessoa que espero Deus possa abençoar chamou de imediato um atendente da lanchonete e determinou.  -Monte um pastel no capricho para o nosso amigo aqui.   O atendente de forma educada se dirigiu ao pedinte solicitando que ele aguardasse o pedido que já fora pago.   Nessa altura, notei o agradecido homem pronunciar essas belas palavras em relação a pessoa que lhe presenteara com o lanche.   –O coração bom!!!    Deixa eu pegar na sua mão outra vez, Deus vai lhe recompensar muito, completou o desconhecido mendigo.   Hoje de manhã, repensando o que ocorreu ontem pergunto a mim mesmo, o quanto humanos somos humanos?    Porque apenas uma minoria percebe enxerga e age diminuindo o sofrimento de pessoas como a de ontem?   Entendendo e crendo na existência de um ser superior, Deus poderia intervir fazendo com que cada pessoa que ignora o pedinte o olhasse com ao menos um pouco de compaixão, e, tal qual a abençoada pessoa que atendeu o “chamado silencioso” do pedinte, que TODOS agissem no sentido de atender as necessidades daquele mendigo.   Fica a impressão de ter ocorrido algo originado de UM PROPÓSITO DIVINO, onde Deus que tudo pode, não busca nos transformar á força em pessoas boas, pretende o todo poderoso através do exemplo nos converter de corpo e alma em pessoas melhores, em outras palavras Deus não opera em nós um milagre direto, no entanto, espera que cada vez mais, sejamos milagrosos exemplos de transformações espontâneas para outras pessoas, como uma corrente de elos fortes cada um de nós devemos multiplicar bons exemplos no dia a dia para que de forma inquestionável, todo o planeta seja modificado e convertido em um lugar melhor para se viver.

Miguilim na quarta-feira – Que os anjos lhes proteja!

Miguel Francisco do Sêrro – Advogado e Historiador

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O Lábaro

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