O CADEIRANTE
Ivar Hartmann
Há pouco, me perdi de carro na cidade grande. Entrei em uma loja e haviam três pessoas. O proprietário, cadeirante, um vendedor e um cliente. Disse que estava perdido e onde queria ir. Disseram que eu estava muito longe. O cadeirante saiu de trás do balcão e me falou: venha que vou lhe mostrar o caminho. Desceu a pequena rampa da loja e foi levando sua cadeira até uma esquina próxima, de onde era mais fácil me mostrar como ir, até onde ir e como dobrar. Agradeci a gentileza, ainda mais face a dificuldade dele e achei o caminho. Agora vem da Suíça uma notícia que interessa a milhares de pessoas: Paraplégicos podem voltar a andar devido a técnica revolucionária de um novo tratamento experimental desenvolvido por cientistas em Lausanne, Suíça. Três pessoas nesta situação voltaram a andar.
A descoberta foi noticiada na revista Nature Medicine. Jocelyne Bloch, neurocirurgiã que trabalha no projeto, explica: “O grupo-alvo é o das pessoas paraplégicas, com vários graus de gravidade. O último estudo foi sobre paraplegia completa, ou seja, pessoas que não conseguem mexer-se ou sentir o que quer que seja. O objetivo é fazer desta técnica um tratamento. A técnica baseia-se em um implante que é colocado na zona mais baixa da medula espinhal, contendo 16 elétrodos que amplificam o pouco impulso que resta e estimulam os nervos que controlam o movimento dos músculos. É a fase final de estudos que começaram há dez anos, com experiências em ratos e macacos. Desenvolvemos implantes, mais longos e mais largos, que nos permitem alcançar os nervos motores da perna e dos músculos pélvicos.” Os cientistas esperam que esteja disponível para o público, a nível mundial, dentro de dois a três anos. Oxalá!
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