‘Modos de Fazer’ do Queijo Minas Artesanal recebem o título de Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade pela Unesco

 ‘Modos de Fazer’ do Queijo Minas Artesanal recebem o título de Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade pela Unesco

Sebrae Minas teve papel importante na conquista, devido ao trabalho de construção de uma estratégia fundamentada na identidade de cada origem produtora

Com três séculos de tradição em Minas Gerais, os “Modos de Fazer” do Queijo Minas Artesanal foram formalmente reconhecidos com o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. O anúncio aconteceu nesta quarta-feira, em cerimônia realizada em Assunção, no Paraguai, durante a 19ª sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco. A candidatura teve o apoio do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG) e da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), e do Sebrae Minas.

O reconhecimento destaca o caráter familiar das propriedades envolvidas na produção do Queijo Minas Artesanal, o envolvimento dos produtores com o bem-estar animal e o papel do queijo na promoção de um modo de vida marcado pela hospitalidade e forte sentido de pertencimento às comunidades rurais. Os “Modos de Fazer” do Queijo Minas Artesanal representam uma coleção de experiências, símbolos e significados que estabelecem a identidade do produto, amplamente reconhecido pelos brasileiros.

O Queijo Minas Artesanal (QMA) é o tipo de queijo artesanal mais produzido no estado, também feito a partir de leite cru, em pequenas propriedades rurais, utilizando receitas tradicionais e familiares, que preservam a identidade cultural do povo mineiro. Atualmente, 15 regiões de Minas Gerais produzem queijos artesanais sem nenhum processo industrial. Dessas, 10 regiões – Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serras da Ibitipoca, Serro e Triângulo Mineiro – produzem o tipo Queijo Minas Artesanal (QMA).

Para preservar a tradição e garantir a qualidade do produto, os ‘modos de fazer’ do QMA já haviam garantido o mesmo reconhecimento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2008. O produto tem sua história ligada ao século XVIII, durante o período da colonização portuguesa. Ele surgiu nas regiões mineiras onde a pecuária e a produção de leite tiveram expansão como parte do cotidiano das fazendas mineiras.

“O Queijo Minas Artesanal reflete a essência da tradição mineira, carregando em cada pedaço o cuidado dos produtores em suas fazendas, nossa cultura e a história que atravessa gerações. O título de Patrimônio Cultural e Imaterial da Unesco valoriza um legado de mais de 300 anos da rica produção queijeira e todo esse conhecimento transmitido de geração em geração, proporcionando maior renda para as famílias que carregam essa tradição. Ao lado do Governo do Estado, o Sebrae Minas tem desempenhado papel fundamental no apoio e fortalecimento da cadeia produtiva na valorização dessa iguaria como um bem cultural e econômico do estado”, destaca o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.

Há mais de uma década, o Sebrae Minas vem atuando para garantir a qualidade, identidade e origem dos queijos mineiros. A essência de atuação da instituição é a construção é de uma estratégia fundamentada na identidade de cada origem produtora, buscando proteger e promover seus produtos, os produtores e o próprio território. Além disso, a entidade atua na organização da base produtiva, fortalecendo as associações regionais de produtores, apoiando na melhoria da qualidade dos produtos, na gestão das propriedades e na inserção em novos mercados.

As regiões da Canastra, no Centro-Oeste do estado, do Serro, no Vale do Jequitinhonha, e do Cerrado já conquistaram a Indicação Geográfica (IG), concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na modalidade de Indicação de Procedência (IP). A chancela reconhece a autenticidade dos produtos de determinado território, valorizando a cultura e a tradição local, impulsionando o desenvolvimento econômico do território e fortalecendo a reputação regional.

Rotas Turísticas

Em outra frente de trabalho para valorizar o reconhecimento de Patrimônio Cultural e Imaterial da Unesco, o Sebrae Minas e a Secult estruturaram recentemente as Rotas do Queijo da Canastra e do Serro, com o propósito de potencializar e fomentar o turismo de experiência associado à produção e a valorização dos produtos locais, atrativos naturais e culturais.

Por meio do programa Check-in Minas, as instituições vêm mapeando e qualificando novos produtos e experiências nos destinos. A iniciativa proporciona aos visitantes a oportunidade de conhecer as propriedades e o processo de fabricação dos queijos, a produção do Café da Canastra, além de explorar a história, a natureza, a diversidade e as tradições dos territórios.A Rota da Canastra contempla os municípios onde o queijo é produzido: Contemplará especialmente os municípios onde o queijo é produzido: São Roque de Minas, Medeiros, Tapiraí, Bambuí, Piumhi, Vargem Bonita e Delfinópolis, no Centro-Oeste de Minas. Anualmente, mais de 6 mil toneladas são feitas por cerca 800 produtores. A rota também apresenta as belezas naturais e culturais do território, como a Serra da Canastra e as belas cachoeiras que compõem a paisagem.

Já o Serro abrange as cidades de Alvorada de Minas, Coluna, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas e Serro. No total, reúne cerca de 800 pequenos produtores e agricultores familiares que mantêm viva uma tradição secular. A rota dá ênfase à produção que remete há 300 anos de história, trazendo por meio dos destinos a valorização da cultura e da gastronomia mineira.

Assessoria de Imprensa Sebrae Minas

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