Mel do Norte de Minas terá apoio técnico e financeiro de entidade internacional

Produtores irão receber incentivo de organização mundial para melhorar a cadeia produtiva e sua comercialização no mercado

O mel de aroeira produzido no Norte de Minas foi selecionado para receber apoio técnico e financeiro do Committee on Development and Intellectual Property (CDIP), vinculado à Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), com sede em Genebra, na Suíça. Com o apoio do Sebrae Minas, a escolha foi realizada após processo seletivo com denominações de origem brasileiras com potencial de desenvolvimento, e permitirá o fomento de novos negócios e visibilidade para o produto mineiro no mercado internacional.

Reconhecido pela sua alta densidade e pela cor escura, o mel do Norte de Minas apresenta compostos fenólicos com ação antioxidante, anti-inflamatória e antimicrobiana, que fortalece o sistema imunológico do corpo humano. O produto se torna diferenciado por dificilmente se cristalizar, além de possuir propriedades fitoterápicas no combate à gastrite.

O Sebrae Minas viabilizou o processo de inscrição do mel de aroeira no concurso, incluindo questionários e demais documentos das denominações de origem para a análise feita pela OMPI. “Esse reconhecimento é importante, pois mostra a efetividade do trabalho do Sebrae, que atuou como interlocutor e apoiou no processo de seleção. Além disso, a instituição contribuiu nos critérios estabelecidos para que esse grupo fosse aprovado no processo de seleção. Queremos que o Norte de Minas ganhe notoriedade no cenário internacional”, destaca o analista do Sebrae Minas Walmath Magalhães.

Por meio da instituição, os apicultores do Norte de Minas participaram de capacitações que ajudaram a obter, em fevereiro deste ano, o registro da Indicação Geográfica (IG) de Denominação de Origem (DO). O selo reforça a qualidade do produto e traz reconhecimento pelo mercado e pelos consumidores.

Desde 2015, o Sebrae Minas apoia os produtores locais em consultorias para melhoria constante da qualidade do produto, além de incentivar as famílias a participarem de feiras que colaboram para aumentar as vendas. A partir do ano que vem, a instituição vai trabalhar no estímulo à rastreabilidade do mel, com o intuito de facilitar a identificação, pelos consumidores, sobre a procedência das floradas.

Região promissora

Atualmente, a apicultura é fonte de renda e emprego para cerca de 1,2 mil famílias em 64 municípios do Norte do estado, totalizando mais de cinco mil pessoas envolvidas diretamente na atividade. Com 39 mil colmeias, a região tem potencial de produção de mais de 1 mil toneladas de mel por ano, sendo 650 da espécie silvestre e 400 da aroeira.

O presidente da Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas (Coopemapi), Luciano Fernandes, reconhece a conquista da região. “Existe a crença de que o Norte de Minas é muito pobre, mas a realidade não é assim. O mel de abelha demonstrou para nós que é o ‘ouro negro’. Acreditamos que a gestão da IG do mel de aroeira será melhorada, e a produção vai ser ampliada para outras floradas, como abacate, pequi, copaíba, betônica e café”, afirma.

Sobre a OMPI

Fundada em 1967, a OMPI é uma entidade integrante do Sistema das Nações Unidas que estimula os países com menos recursos a manter a defesa da propriedade intelectual (marcas, patentes e registros geográficos) com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico, social e cultural, além da busca pela inovação e criatividade. A instituição é composta por 192 estados-membros que dialogam para atuar no fortalecimento da legislação e das instituições, por meio da negociação de tratados e acordos multilaterais.

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