MEDO E CERTEZAS
Ignorar certas informações técnicas e científicas que estão presentes no dia a dia não me parece de forma absoluta, ser ato sempre voluntário, muitos de nós apenas pelo fato de não conhecer, duvidamos, e as dúvidas surgem preenchendo as lacunas da falta de instrução e/ou informação. Fico às vezes me perguntando porque embarco num avião e aceito pelo benefício da rapidez e certa eficiência, sofrer um “medo do caramba” quando enfrentamos a uma altura de 42 mil pés (cerca de 10 quilômetros), os efeitos das turbulências, verdade, tenho medo nos momentos de instabilidades dentro de um Airbus a 800 k/h, o temor me faz sonhar estar dirigindo numa estrada razoável em cima da terra firme. O desconhecido sempre fascinou o ser humano, ávido por descobertas, muitas vezes ousamos, e quando deixamos de lado certas precauções básicas nos damos mal. Medo e falta de confiança a meu ver não devem ser vistos apenas como defeitos, essas sensações funcionam como termômetros para nos alertar em relação às futuras e inesperadas reações vindas por conta do DESCONHECIDO. À medida que vamos amadurecendo ou envelhecendo, caso prefiram, passamos nossos aprendizados acumulados durante anos na “conferência” das chamadas três peneiras, aí, pasmem, concluímos por entender que muito do que julgávamos conhecer, uma série de “verdades” que estabelecemos, tudo ou boa parte desse “conhecimento” ainda engatinha frente a incontáveis questionamentos. Grosso modo, os maiores sábios acabam por mostrarem o conhecimento da forma mais simples possível, ou seja, humildemente admitem depois de muito estudarem que possuem ou puderam estabelecer apenas migalhas de informações, conhecimento e verdades, frente à grandiosidade do universo colocado à disposição dos seres pelo Criador.
Miguilim medroso que só – Boa quarta-feira para todos!
Miguel Francisco do Sêrro – Historiador e Advogado
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