Encontro de avaliação do Censo debate erros, acertos e lições aprendidas

Editoria: IBGE | Carlos Alberto Guimarães

Mais de mil servidores do IBGE, entre representantes das coordenações censitárias de todos os 27 estados, superintendentes estaduais, coordenadores de área, membros da direção do Instituto e convidados estiveram reunidos em Brasília, entre os dias 31 de julho e 2 de agosto. Eles participaram do 2º Encontro Nacional de Avaliação Técnica do Censo Demográfico 2022, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), na capital federal.

Na abertura do evento, o presidente interino Cimar Azeredo agradeceu a presença e o apoio dos colaboradores e lembrou as dificuldades enfrentadas pela operação censitária — como dois adiamentos (em 2020 e 2021), sucessivos cortes no orçamento e a coincidência do período eleitoral com a coleta (iniciada em agosto de 2022 e encerrada em maio de 2023), tudo num momento pós-pandemia. “Tivemos de rever processos e rumos da operação para atingir nosso objetivo maior: entregar à sociedade um Censo de qualidade e com transparência. E nós conseguimos”, ressaltou.

Cimar também mencionou diversas conversas, formais e informais, mantidas com coordenadores técnicos Brasil afora, que foram úteis para corrigir erros e aperfeiçoar o Censo, àquela altura ainda em andamento. E ressaltou o motivo do encontro. “O que viemos fazer aqui? Mais do que um evento técnico, viemos discutir sobre as lições aprendidas, viemos aprender e trocar experiências. Precisamos destacar em cores fortes o que funcionou, o que deu certo e onde erramos também”, afirmou. Ao encerrar o discurso de 22 minutos, Cimar frisou que todos ali presentes eram protagonistas do “maior Censo da história”.

Ainda na sessão inaugural, dois representantes do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) falaram em nome da ministra Simone Tebet: Sérgio Firpo, secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos, e João Villaverde, chefe da Assessoria Especial. Firpo comentou sobre a emoção daquele dia especial para o IBGE. “É hora de celebração pelo alto nível do trabalho desenvolvido”, disse. No mesmo tom, Villaverde parabenizou os participantes do encontro e afirmou que o IBGE “amplifica a voz dos brasileiros e nos torna mais inteligentes, mais informados”.

Na sequência do evento, o gerente de apoio da Diretoria de Pesquisas Victor Nunes detalhou o projeto que vai registrar erros e acertos das experiências vivenciadas no Censo 2022, e como essa ação contribuirá para uma avaliação consistente de cada etapa da pesquisa, além de refletir sobre a forma de trabalho, as estratégias locais e a capacitação das equipes para atividades futuras. Em seguida, mais de 20 servidores foram convidados a dar depoimentos sobre o dia a dia da coleta. O espírito de equipe do IBGE foi o ponto forte destacado por todos. Já as críticas se concentraram na baixa remuneração dos recenseadores e nas dificuldades logísticas, sobretudo no atraso dos primeiros pagamentos, ainda no início do Censo.

Pela tarde, o tema em discussão passou a ser Controle Interno e Integridade. Sob mediação do gerente de Integridade Willyam Silva, formaram a mesa Nelio Machado (Corregedoria), Sheila Fonseca (Ouvidoria), Carlos Alberto Vianna (Auditoria Interna) e dois membros da Comissão de Ética: Raissa Madureira e Antonio Caminada. No encerramento do primeiro dia, abriu-se espaço para representantes do Sindicato Nacional (Assibge) comentarem não só as dificuldades do Censo 2022 como os próximos passos na luta pela valorização do trabalho dos servidores.

Palestras, oficinas e reuniões de grupo ocupam 12 salas

A partir do segundo dia, a dinâmica do evento se dividiu em oficinas, palestras e reuniões exclusivas, ocupando simultaneamente 12 salas do Centro de Convenções, com atividades das 8h30 às 18h. Foram abordados temas dos mais diversos, desde Gestão Estratégica de Tecnologia da Informação e Comunicação até a Coleta de Nomes Geográficos, passando por Gestão de Riscos no IBGE. Uma das oficinas mais concorridas foi Conhecendo a PGI (Plataforma Geográfica Interativa), conduzida pelo cartógrafo Rafael March, da Diretoria de Geociências. Através da PGI, disponibilizada gratuitamente pelo IBGE, é possível consultar informações na forma de mapas interativos, adicionando camadas de interesse, baixando os recortes e consultando metadados.

Na quarta-feira (2), o presidente Cimar Azeredo fez uma retrospectiva dos três dias de jornada, avaliada como “extremamente positiva”. Ele citou nominalmente todas as atividades: Reunião exclusiva com Coordenadores Técnicos do Censo; Reunião exclusiva com Superintendentes Estaduais e Substituto; Reunião exclusiva com Coordenadores da Pesquisa de Pós-Enumeração (PPE); Reunião com Responsáveis temáticos pela coleta e supervisão em Aglomerados Subnormais; Reunião com os Supervisores de Disseminação de Informação; Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE): avanços e próximos passos; Parcerias: avanços e próximos passos; Apresentação Geral sobre a TIC no Censo Demográfico; Gestão de Riscos no IBGE; Ideias para a construção de um IBGE Sustentável; Gestão de Equipe com Foco em Feedback; Introdução ao PPIG – Programa de Produção Integrada em Geociências; A Tecnologia da Informação e Comunicação no IBGE: Atualidade, Perspectivas e Desafios; Segurança da informação: desafios em um mundo digital; Reunião com Responsáveis temáticos pela coleta e supervisão da Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios; Reuniões de Planejamento e Acompanhamento do Censo (REPAC); Apresentação e Discussão sobre o Desmonte das Estruturas Tecnológicas do Censo, Repotencialização das Superintendências e Destinação dos Equipamentos Excedentes; Atividades da Geodésia na Rede do IBGE; Difusão do conhecimento: Iniciativas de letramento estatístico no IBGE; Reunião com Chefes das Seções de Base Territorial das SES; Orçamento e Pagamento; Apresentação sobre Gestão Estratégica de TIC – EGTI, PDTI, Transformação Digital, Dados Abertos, Metodologia de Desenvolvimento de Sistemas, Instruções Normativas criadas e RCD sobre Projetos de TIC; Conhecendo a PGI – Plataforma Geográfica Interativa; Integridade no dia a dia do IBGE; Reunião com equipes que atuaram em localidades PCT: primeiras impressões da coleta; Projetos e perspectivas para futuras operações; Discussão sobre Novas Perspectivas de Atendimento aos Usuários e Estrutura Necessária; Interação da Base Territorial com a Rede e Novos Produtos; Assédio moral e sexual – causas e impacto; e Coleta de Nomes Geográficos.

Na mesma manhã, a coordenadora de Marketing Izabelle Oliveira fez apresentação tratando das principais ações de marketing nas mídias sociais, essenciais para divulgar o Censo em suas diversas fases. Ela explicou que o número de seguidores do IBGE nas redes sociais faz com que, atualmente, o Instituto seja um dos mais seguidos do mundo entre as organizações de estatística.

Também subiu ao palco a representante do UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas) Junia Quiroga. Ela citou como uma boa prática adotada pelo IBGE o evento Observa Censo, que durante o período da coleta trouxe ao Brasil 80 observadores internacionais, de 18 nacionalidades, para acompanhar in loco a rotina dos recenseadores. Neste momento, Guilherme Carneiro do Nascimento, que atuou na coordenação técnica do Censo, citou a importância do Projeto de Modernização da Produção Estatística e Geocientífica. Trata-se de um acordo de cooperação técnica internacional fruto da parceria do IBGE com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) com o UNFPA.

Em breve depoimento, a subsecretária de Estatística do Ministério do Trabalho, Paula Montagner, afirmou que ela mesma é usuária dos dados do IBGE e elogiou o trabalho do Censo. “Os números do Censo nos permitirão construir políticas de trabalho de melhor qualidade, que alcancem todos os cidadãos, sobretudo os jovens”, comentou.

Também foram chamados ao palco seis representantes do Ministério do Planejamento, que comentaram brevemente a relevância do encontro de avaliação. Foram eles: João Villaverde, chefe da Assessoria Especial; Leany Lemos, secretária de Planejamento; Sergio Firpo, secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos; Renata Amaral, secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento; Totó Parente, secretário de Articulação Institucional; e Paulo Bijos, secretário de Orçamento Federal. Todos entregaram placas comemorativas aos 27 superintendentes estaduais, reconhecendo a dedicação de toda a equipe que contribuiu com o êxito da operação.

Em clima de descontração, as atividades foram encerradas com uma dupla de servidores das Agências de Apucarana e Foz do Iguaçu, no Paraná, interpretando “We are the champions”, da banda Queen, sob aplausos da plateia. A segunda parte do Encontro Nacional de Avaliação Técnica acontecerá de forma virtual, nos próximos dias, com intuito de apresentar os desdobramentos e as lições aprendidas nas reuniões e oficinas que ocorreram durante o evento presencial.

Confira o que disseram convidados e participantes do evento:

Junia Quiroga, representante do UNFPA (Fundo de Populaçao das Nações Unidas)
“Assim como outras boas práticas do IBGE replicadas em diversos países, um evento como esse, de avaliação e confraternização, é uma das boas práticas que queremos levar para mais nações.”

Totó Parente, secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento e Orçamento
“Vocês estão entregando um Censo inquestionável, foi um Censo aprovado por unanimidade: pela política, pela mídia, por todos. Parabéns ao IBGE.”

Claudio Barbosa, coordenador de operações do Censo
“Esse evento é uma celebração dessa vitória que foi encerrar o Censo Demográfico. Uma oportunidade única para toda a equipe técnica, espalhada pelo Brasil inteiro, de discutir suas boas práticas, de apresentar seus modelos de trabalho e de verificar o que nós vamos fazer de melhorias nas próximas operações censitárias.”

Leonardo Passos, superintendente do Piauí
“Reunir a equipe para pensar estrategicamente sobre o que a gente pode tirar de lições desse Censo é extraordinário. É também um momento de congraçamento das equipes para recarregar as energias visando aos próximos desafios.”

Marcio Minamiguchi, gerente de Estimativas e Projeções de População
“Um momento raro, poder estar em contato com a rede, com a base de coleta, poder ouvir as especificidades dos diversos Brasis e contribuir também com nosso conhecimento.”

Maria Edith Negromonte, coordenadora administrativa do Censo (PE)
“A possibilidade de troca pessoal ao vivo, para além de todas as palestras e avaliações, é algo muito rico e que vamos levar de volta, cada um, para sua superintendência.”

Isaílda Barros, coordenadora de área (PE)
“Antes dos números, nós somos pessoas, nós produzimos os números. E atrás desses números tem toda uma gama de habilidades, de pesquisa e de dedicação ao trabalho do IBGE. Nossa aptidão é mostrar a realidade fielmente, é o retrato da população brasileira.”