Empreendedorismo é alternativa para mulheres conciliarem maternidade e vida profissional

 Empreendedorismo é alternativa para mulheres conciliarem maternidade e vida profissional

 

Pesquisa realizada pelo Sebrae Minas aponta que seis a cada 10 mulheres abriram o próprio negócio após terem filhos

 

A maioria das mães empreendedoras em Minas Gerais (67%) abriram o próprio negócio após terem filhos. E 62% delas tiveram o primeiro filho antes dos 25 anos, conforme aponta a 2ª edição da pesquisa “Parentalidade e Empreendedorismo”, realizada pelo Sebrae Minas. Entre os principais motivos apontados para empreender, estão a necessidade de renda e a busca de autonomia e flexibilidade de horários para estar presente na rotina dos filhos.

A pesquisa foi realizada entre os meses de março e abril e ouviu 892 empreendedores (homens e mulheres) em todo o estado, dentre os quais 691 possuem filhos. “A partir dos dados, podemos deduzir que a maternidade pode ter dificultado a entrada das mulheres no mercado de trabalho, especialmente as mais jovens, além de ser o principal motivo para a busca de um trabalho que proporcione mais flexibilidade”, explica a analista do Sebrae Minas, Izabella Siqueira.

Quando perguntadas se ter filhos influenciou a decisão de empreender, 69% das mulheres afirmaram que sim. Já entre os homens, o percentual caiu para 49%. Entre as principais razões para empreender, a maioria das mulheres (72%) apontou a busca de autonomia e flexibilidade, já os homens (74%) apontaram a necessidade de garantir renda e qualidade de vida à família. “Esses resultados nos sugerem a presença de papéis culturalmente atribuídos aos gêneros: as mulheres como cuidadoras dos filhos e os homens como provedores do lar”, ressalta Izabella.

Outro dado que chama atenção é que, para mais da metade das mães empreendedoras (54%), a renda proveniente do negócio não é a principal fonte de sustento da família, enquanto, entre os homens com filhos, 67% afirmam que sim. Além disso, para 67% das mães, a renda proveniente do negócio não é suficiente para arcar com as despesas da casa e da família, o que indica que entre as mulheres é muito maior a necessidade de uma fonte de renda complementar. A mais apontada, por 43% das delas, é a renda do conjugue/companheiro.

Desafios para conciliar trabalho e vida pessoal

A sobrecarga de tarefas e a dificuldade em conciliar o tempo dedicado ao negócio e os cuidados com os filhos continuam sendo desafios enfrentados pelas mulheres. De acordo com a pesquisa, 74% das mães é responsável pelo preparo das refeições da casa todos os dias da semana, enquanto 39% dos pais faz o mesmo. A mesma discrepância acontece em relação aos cuidados com a casa: 69% das mães realiza tarefas domésticas todos os dias, contra 30% dos pais.

Além disso, uma grande parcela das mães (68%) cuida da higiene dos filhos todos os dias, e 49% ajudam os filhos nas tarefas escolares, em 5 ou mais dias da semana. “Os dados demonstram que as mães têm mais responsabilidade diária nos cuidados diretos com o filho, em comparação aos pais”, destaca a analista.

Os cuidados com os filhos e a casa refletem diretamente no tempo dedicado ao negócio. A pesquisa revela que mulheres sem filhos conseguem dedicar mais tempo ao negócio, sendo que 57% das mulheres dedicam 10 horas ou mais por dia. Já entre as mulheres com filhos, o percentual é de 43%. “Isso é explicado pelas múltiplas jornadas que enfrentam, tendo que conciliar cuidados com as crianças, com a casa e com o negócio, o que faz com que o tempo dedicado ao trabalho seja menor”, explica Izabella.

Outro impacto direto é na vida pessoal. Segundo a pesquisa, um quarto das mães empreendedoras não consegue realizar atividades de autocuidado e lazer em nenhum dia da semana. A maioria delas (56%) tem no máximo 3 dias da semana dedicados a essas atividades. “Essa falta de tempo para si mesmas pode resultar em altos níveis de estresse, esgotamento mental e dificuldades para lidar com as múltiplas responsabilidades de administrar um negócio e cuidar da família”, ressalta a analista.

Influência dos pais

Outro dado revelado na pesquisa é a influência de pais empreendedores na decisão de empreender. Quase metade (45%) dos respondentes são filhas ou filhos de empreendedores. Para 62% das mulheres e 67% dos homens, ter pai ou mãe empreendedores foi um fator decisivo no momento de escolher abrir o próprio negócio.

Assessoria de Imprensa Sebrae Minas

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