Eixo Geração e Renda do Integrar transforma vidas e contribui para o desenvolvimento de Paracatu

Plataforma de investimento social completa dez anos e soma cerca de R$ 30 milhões destinados a projetos de interesse local

Em busca de uma vivência social que extrapolasse as práticas dentro da igreja que frequentava, um grupo de mulheres de Paracatu decidiu compartilhar com moradoras de um bairro da periferia da cidade conhecimentos sobre bordados, pintura e crochê. Com o simpático nome de Borboleta, o projeto mirava o desabrochar de mulheres por meio de uma prática que lhes oferecesse aprendizado e lazer.

A boa ideia, implementada há cerca de 15 anos no Açude da Lagoa, ganhou impulso com o apoio do eixo Geração de Trabalho e Renda do programa Integrar, plataforma de investimento social da Kinross, que completa dez anos em 2021. O Integrar abraçou a causa e fez com que o Borboletas se expandisse e ganhasse novas asas, agora com a perspectiva de retorno financeiro para as artesãs.

O apoio possibilitou a contratação de professores(as), a compra de materiais, a criação de uma oficina de tear – com o nome Casulo, para reativar uma tradição que estava sendo esquecida na cidade –, a orientação de profissionais especializados para otimizar o trabalho e a produção de um catálogo para dar visibilidade à produção.

“Quando veio o Integrar é que deu para a gente toda essa visão do que realmente a gente poderia fazer. A gente fazia de maneira informal. O programa veio com a ideia de produzir artesanato para geração de renda para essas mulheres e trouxe a parte burocrática de como atender, palestras para trabalhar a autoestima e material de ótima qualidade para que pudessem produzir.  A gente foi vendo o quanto elas podiam fazer e o quanto que elas sabiam fazer”, conta Mércia Souto, presidenta da Associação Esther Siqueira Tillmann e coordenadora dos projetos Borboleta e Casulo.

A experiência, segundo ela, foi muito bem-sucedida em vários aspectos. Um deles foi fazer com que o artesanato de Paracatu ficasse conhecido no país inteiro, tendo espaço inclusive no site do Sebrae. A outra foi levar credibilidade ao trabalho da associação com as mulheres da comunidade.

Hoje, as oficinas são recomendadas como terapia pelo Programa Saúde da Família, segundo Mércia. As mulheres que participam da iniciativa, com uma média de 80 atendidas por ano, conseguem complementar a renda com o artesanato que vendem – há inclusive uma loja no centro da cidade onde as peças são expostas.

O eixo Geração de Trabalho e Renda do Integrar está por trás de outras ações importantes em Paracatu. Permitiu, por exemplo, a criação de um espaço adequado para a produção de biscoitos da São Domingos Ouro da Roça, produção artesanal de bolos, pães caseiros, sucos e biscoitos.

Antes da chegada do Integrar, as quitandeiras que reproduziam receitas tradicionais das famílias da comunidade quilombola, enfrentavam problemas com a vigilância sanitária. O apoio do Integrar viabilizou a construção de uma cozinha adequada e a compra de equipamentos.

“Todas conseguiram melhorar um pouco a renda. Umas conseguiram colocar piso na casa, fazer um banheiro, comprar eletrodoméstico, outras fizeram poupança. A gente vê que não é um trabalho em vão. É um trabalho que tem retorno”, conta Irene Reis, líder comunitária e coordenadora da iniciativa Ouro da Roça do São Domingos, que reúne hoje seis quitandeiras.

No início de atuação, o Integrar GTR selecionava projetos por meio de editais nos quais concorriam instituições de perfis diversos. Em 2018, a Kinross contratou uma consultoria para fazer um estudo sobre melhores práticas em relação a geração de trabalho e renda, e um dos pontos indicados foi a necessidade de investir em ações focadas no ecossistema do trabalho e no empreendedorismo e empregabilidade de jovens entre 18 e 30 anos.

O diagnóstico levou a uma adequação do projeto. Em 2019, a empresa contratou a TechnoServe, ONG global que fez um diagnóstico sobre o ecossistema do trabalho local, a partir de entrevistas com 600 jovens e 40 empresas para entender as demandas de ambos os lados. O resultado do diagnóstico levou a um ciclo de formação voltado para jovens que segue ativo e envolve além da capacidade técnica, desenvolvimento de habilidades socioemocionais.

Ana Cunha, diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross destaca o comprometimento da Kinross com projetos que contribuam para o desenvolvimento sustentável de Paracatu. “A Kinross é parceira do município e tem orgulho de participar de ações que transformam vidas e realidades para melhor”, afirma ela.

Em dez anos, o Integrar investiu cerca de R$ 30 milhões em projetos nos eixos Geração de Trabalho e Renda, Educação, Cultura e Educação Ambiental. Foram aproximadamente 100 projetos e um universo de quase 60 mil pessoas beneficiadas.

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