É preciso lutar pela vida todos os dias
“Amo aqueles que plantam árvores mesmo sabendo que nunca se sentarão em sua sombra.
Plantam árvores para dar sombras e frutos para aqueles que ainda não nasceram.” Rubem Alves
Foto: o corte e a preservação
O Dia da Árvore é comemorado no Brasil em 21 de setembro e tem como objetivo principal a conscientização a respeito da preservação desse bem tão valioso. A data, que é diferente em outras partes do mundo, foi escolhida em razão do início da primavera, que começa no dia 23 de setembro no hemisfério Sul.
Arvores são fundamentais para a vida na terra por que:
- aumentam a umidade do ar graças à evapotranspiração;
- evitam erosões;
- produzem oxigênio no processo de fotossíntese;
- reduzem a temperatura;
- fornecem sombra e abrigo para algumas espécies animais.
Paracatu
antes e depois
PARACATU
A cidade normalmente é muito quente e nenhum governo se preocupa com a arborização da cidade. Infelizmente, o que vemos no nosso dia a dia são cortes e podas drásticas. Quero deixar aqui um apelo às autoridades responsáveis: Parem de cortar nossas arvores, orientem os funcionários a fazer as podas corretamente precisamos cuidar desse patrimônio. As árvores são o maior patrimônio ambiental que existe nas cidades, pois elas abrigam os pássaros, que espalham as sementes e comem os insetos. Elas dão sombra e diminuem a temperatura, e aí fica bem mais gostoso andar pelas ruas. Você pode caminhar pelas calçadas, praças e parques, divertir-se e ser mais saudável.
Sendo assim, o dia 21 de setembro deve ser visto como um dia de reflexão sobre nossas atitudes em relação a essa importante riqueza natural. Esse dia é muito mais do que o ato simbólico de plantar uma árvore e deve ser encarado como um momento de mudança de postura e conscientização de que nossos atos afetam as gerações futuras. É importante também haver conscientização a respeito da importância da conservação, bem como da necessidade de criação de políticas públicas que combatam a exploração ilegal de árvores.
Se em sua casa existe uma árvore, ela protegerá a sua pintura da luz forte do sol, o que a conservará mais bonita e evitará que tenha de ser pintada com mais frequência. Além disso, a sombra dessa árvore poderá deixar mais fresco também o asfalto em frente da sua casa. Se for uma árvore da qual caiam folhas e flores, você vai ter um trabalhinho para limpar, o telhado, o chão e as calhas; mas faça isso com prazer; pois, em compensação, com isso a árvore se renovará e mais benefício trará.
Lembrei-me desse trecho do poema de Rubem Alves “Em defesa das árvores”…
““ Havia, no terreno do meu vizinho, um ipê maravilhoso, árvore muito velha, tronco grosso, que anualmente produzia uma floração cor-de-rosa, para espanto e felicidade de todos. Pois, sem maiores avisos, o tal vizinho cortou o ipê. Fiquei indignado e fui saber das razões do assassinato. Que mal lhe teria feita aquela árvore mansa? E ele me explicou que as raízes do velho ipê estavam rachando o seu muro de tijolos e argamassa. Um ipê que leva cinqüenta anos para crescer cortado por causa de um muro que se constrói num dia! Aí lhe perguntei: “Por que não me falou? Eu teria pago a reconstrução do seu muro…”
E concluiu: “Você escreve uma crônica?” Tive uma reação desanimada. Lembrei-me das palavras tristes do Vinícius no seu poema “O Haver”, em que fala da “sua inútil poesia”. Sinto assim, de vez em quando, que aquilo que escrevo é inútil. Os que têm poder nem lêem e se lêem não levam a sério. As razões que movem a política são as razões dos machados e das serras; não são as razões da beleza. Escrever, para quê? Para sensibilizar o vizinho que gosta mais de um muro que de um ipê? O que eu escrevesse só encontraria eco naqueles que amam mais os ipês que os muros. Mas, nesse caso minha escritura seria desnecessária. E para os que amam mais os muros que os ipês ela seria inútil. Aí me lembrei de um poema de Chuang-Tzu, escrito séculos antes de Cristo: “Eu sei que não terei sucesso. Tentar forçar os resultados somente aumentaria a confusão. Não será melhor desistir e parar de me esforçar? Mas, se eu não me esforçar, quem o fará?” As palavras do sábio foram uma repreensão ao meu desânimo. Comecei a pensar. Lembrei-me de fato semelhante acontecido na minha rua. Havia um ipê amarelo que florescia no mês de julho. O chão ficava dourado com suas flores. Mas a dona da casa em frente ao ipê e a sua incansável vassoura deram o nome de “sujeira” ao dourado das flores caídas.”
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