Dirigentes da mineração de países sul americanos debatem desafios do setor no pós-pandemia
Foto: No alto, à esq., Flávio Penido (IBRAM) e ao lado Alberto Carlocchia (CAEM); abaixo, à esq., Diego Hernandez (Sonami) e Pablo de la Flor (Peru).
O setor mineral do Brasil, da Argentina, do Chile e do Peru vivenciaram e ainda passam por experiências semelhantes em relação à pandemia. Nesses países, a mineração deve se transformar em um importante ponto de apoio para o desenvolvimento socioeconômico após a fase mais aguda da pandemia.
A solidariedade da indústria mineral em relação às comunidades logo nos primeiros momentos do surto do novo coronavírus é uma das ações comuns que se desenvolveram nesses quatro países, pontou o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Flávio Penido, durante live hoje (15/7) no e-mineração: Evento Virtual de Negócios – www.portaldemineracao.com.br – com dirigentes de entidades setoriais da mineração: Alberto Carlocchia, presidente da Camara Argentina de Empresários Mineros (CAEM); Diego Hernandez, presidente da Sociedad Nacional de Minería do Chile (Sonami); Pablo de la Flor, diretor executivo da Sociedad Nacional de Minería, Petroleo y Energia do Peru.
“Outro ponto em comum foi a atenção com a saúde dos trabalhadores, dos terceirizados, dos fornecedores e também com outras pessoas de relacionamento do pessoal das mineradoras”, disse Penido. Com isso, o setor tem mantido sua produção e o abastecimento de insumos às indústrias e ao agronegócio, mantendo empregos e gerando divisas com exportações, disse.
Na Argentina, onde a economia já se mostrava fragilizada antes da pandemia, o setor mineral é visto como um dos caminhos para aquele país buscar a recuperação econômica, contou Carlocchia, da CAEM. Após o governo local reconhecer e considerar publicamente a mineração como atividade essencial, a indústria mineral pode estabilizar a produção – quase paralisada no início do surto – e hoje as empresas estão com 60% a 80% de sua capacidade de produção ativa e crescendo.
No Chile, a mineração e o agronegócio foram menos afetados do que outros setores industriais por se localizarem fora dos limites das cidades; o controle do contágio, portanto, foi mais facilitado, relatou Hernandez, da Sonami. A indústria da mineração chilena manteve foco no cuidado com a saúde dos trabalhadores para diminuir a velocidade contagio e, assim, foi possível, dar continuidade à produção.
No Peru, onde a mineração responde por 12% do PIB, a paralisação de atividades no momento inicial da pandemia gerou problemas que se arrastam até hoje. Porém, a retomada da atividade tem sido implantada em duas fases: primeiro foram autorizadas a funcionar as grandes mineradoras e em uma fase seguinte as menores. Agora, disse Pablo de la Flor, 95% do total do aparato mineiro do Peru já reativado. Ele acredita que nas próximas semanas o país vai recuperar os níveis de produção de antes pandemia.
A pandemia também aproximou mais as mineradoras das comunidades nos quatro países, disseram os dirigentes. Eles afirmaram que é preciso evoluir as formas de relacionamento com as comunidades, com ênfase no diálogo, na transparência e no respeito mútuo e na sustentabilidade empresarial.
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