Descarte de lixo e canalização incorreta aumentam em 30% vazamentos de esgoto em Patos de Minas
Copasa alerta que população pode ajudar a evitar transtornos durante o período chuvoso
A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) registrou, somente no último mês de outubro, 243 ocorrências de extravasamentos de esgoto em Patos de Minas, no Alto Paranaíba. No mesmo mês de 2023, foram atendidos 174 casos, o que representa um aumento de 39,7%.
Diante desse número, é possível obter uma constatação: a canalização irregular de água da chuva para as redes coletoras de esgoto agrava o problema no período chuvoso. Em outubro, os casos aumentaram em média 30%, se comparado a meses anteriores (fevereiro a setembro).
Quando essa canalização incorreta acontece, as tubulações de esgotamento não suportam e são rompidas pela pressão, situação que pode causar vazamentos e refluxos (retorno do esgoto para o interior dos imóveis) e até mesmo o deslocamento das tampas dos poços de visita (acesso às redes subterrâneas de esgoto) no meio das vias públicas, situação que pode levar a acidentes entre pedestres e motoristas que trafegam pela região.
Apesar dos esforços da empresa para resolver os vazamentos, a ajuda da população é fundamental para assegurar a eficiência dos trabalhos, já que negligenciar as redes coletoras pode interferir na operação e afetar toda uma sociedade.
Renato Carvalho, gerente da Unidade de Serviço de Apoio Operacional Oeste da Copasa, explicou como a utilização incorreta das redes provoca um “efeito dominó” no dia a dia.
“Nem sempre o imóvel afetado pelo refluxo é o responsável pelo entupimento da rede, mas se ele se encontra em um nível mais baixo da rua e os canos entupirem, ele é quem será prejudicado. Ou seja, a ação de um vizinho pode afetar o outro e assim sucessivamente. Por isso, a utilização correta do sistema de esgotamento por todos é fundamental”, destacou Renato.
Descarte de lixo
Em Patos de Minas, extravasamentos e refluxos não estão restritos à canalização inadequada da água pluvial para as redes coletoras. O lixo também é um problema. A Copasa registrou, no primeiro semestre de 2024, um aumento de 25,7% nos entupimentos das tubulações de esgoto, se comparado ao período do ano passado.
Nos seis primeiros meses de 2023, foram detectadas 817 obstruções. Em 2024, esse número subiu para 1.027. Durante todo o ano de 2023, foram registradas 2.594 intervenções corretivas nas redes de esgoto, sendo 1.888 para desentupimentos.
Neste ano, até agora, 2.495 manutenções foram realizadas e 1.709 delas tiveram como objetivo a desobstrução dos canos. Apenas no mês de setembro de 2024, foram executados 296 trabalhos nas redes de esgoto e, dessas atividades, 199 delas foram para desentupir os canos.
Os objetos sólidos não causam transtornos apenas no meio das ruas, chegam também às elevatórias, unidades de bombeamento que enviam os efluentes para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), podendo causar diferentes defeitos nas máquinas, que se entupirem podem extravasar esgoto nos mananciais.
Essas unidades contam com cestos para reter o lixo, os compartimentos são limpos semanalmente e, em média, a cada higienização, 100 quilos de materiais sólidos são retirados, entre sacolas plásticas, terra, embalagens, roupas, sapatos, animais mortos, fraldas, partes de móveis, absorventes, preservativos, cabelo, descartes de construção civil, pedaços de alumínio, ferro, aço, madeira, eletrônicos, brinquedos, restos de alimentos, gorduras solidificadas, areia etc.
Ainda assim, parte do lixo consegue chegar à ETE, de onde, diariamente, são retirados cerca de 20 quilos. Por mês, a Copasa retira aproximadamente 1.784,9 quilos de lixo do esgoto.
Celso Nascimento, encarregado de serviços da Copasa, explicou que comunidade e empresa devem trabalhar em equipe. “Ao contrário do que costumamos ouvir nas ruas, a Copasa não lança esgoto nos mananciais ou nas vias públicas. Na verdade, a Copasa corrige esses tipos de problemas, causados por atitudes de terceiros. Se todos fizerem a sua parte, esses transtornos podem ser evitados, contribuindo para o bem-estar de toda a população”, pontuou.
Dicas
Quando o uso do sistema de esgotamento sanitário é feito de maneira correta, os efluentes são encaminhados para a ETE, onde recebem tratamento adequado e são devolvidos à natureza sem a prejudicar. Medidas simples previnem entupimentos das redes, extravasamentos e refluxos:
• Jogar o lixo no lixo, e não no vaso sanitário;
• Canalizar a água da chuva para redes de drenagem pluvial, e não para o esgoto;
• Direcionar restos de comida, óleo e outras gorduras para reciclagem;
• Colocar telinhas nos ralos para evitar a passagem de linhas, fios de cabelo e restos de comida para o esgoto;
• Não violar as tampas dos poços de visita para escoar água da chuva ou lançar lixo.
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