Confiança dos pequenos negócios mineiros cai em maio

Piora nas expectativas para os próximos três meses influencia a queda do índice que mede o otimismo do segmento

A confiança dos donos de pequenos negócios de Minas Gerais declinou em maio, fechando em 114 pontos, sete a menos do que o registrado em abril. De acordo com a pesquisa Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon), tanto a avaliação dos empreendedores sobre o momento atual das suas atividades, quanto as expectativas para o médio prazo pioraram. A pesquisa ouviu 1.001 participantes entre 4 e 13 de maio.

O Índice de Situação Recente (ISR), que mede a percepção dos empreendedores sobre suas atividades nos últimos três meses, caiu quatro pontos (de 85 para 81). Já o Índice de Situação Esperada (ISE), que reflete as expectativas dos empreendedores em relação ao trimestre seguinte, ficou em 131 pontos, oito abaixo do registrado em abril.

Como o ISE tem peso dobrado na composição do Iscon, a piora das expectativas dos empresários em relação ao curto prazo ajuda a entender a queda do índice em maio. “Os efeitos da inflação elevada e dos juros altos devem impactar a economia no próximo semestre e podem estar exercendo essa influência negativa na confiança dos empreendedores”, avalia a analista do Sebrae Minas Paola La Guardia.

A analista também reforça que, durante o primeiro trimestre deste ano, embora o Produto Interno Bruno (PIB) brasileiro tenha crescido, os investimentos produtivos caíram 3,5%, afetando o crescimento no longo prazo.  “Menos investimentos, menos qualificação, produtividade e inovação”, acrescenta Paola.

Numa perspectiva internacional, há ainda o perigo de o país sofrer com eventuais arrefecimentos fortes das economias dos Estados Unidos (EUA), europeia e da China. “Os juros mais altos para conter a inflação nos EUA e na Europa tendem a fazer com que, ou o Brasil perca investimentos para esses outros países onde o risco é menor, ou o país se vê forçado a manter seus juros altos para continuar atraindo capital”, explica.

Confiança por setor e porte

A queda de confiança ocorreu em todos os setores, mas o Comércio foi o que registrou a maior variação negativa, de nove pontos: de 125 para 116. A menor variação da confiança foi registrada na Construção Civil, que fechou maio com um Iscon de 117 pontos, dois a menos que em abril. O Iscon da Indústria foi de 114, uma queda de cinco pontos; e o de Serviços foi de 112 pontos, sete abaixo do registrado no mês anterior.

O Iscon da Construção Civil, no entanto, foi mais influenciado pela avaliação dos empresários em relação à situação recente. O ISR do setor aumentou 11 pontos em maio, passando de 72 para 83. Já O ISE caiu nove pontos (de 143 para 132), indicando uma piora na avaliação das atividades para os próximos três meses.

As pequenas empresas seguem liderando as expectativas mais otimistas em relação ao cenário atual e futuro, com um Iscon de 123 pontos em maio. As microempresas (ME) registraram um Iscon de 115 pontos e foi o segmento com a maior queda de confiança (-10 pontos) em relação a abril.

Sobre o Iscon

O Iscon varia entre 0 e 200 pontos. Um resultado acima de 100 pontos indica tendência de expansão da atividade; igual a 100, tendência de estabilidade e, menor que 100, tendência de retração.

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