Artista dá vida a miniaturas de casarios de Paracatu

 Artista dá vida a miniaturas de casarios de Paracatu

A Prefeitura Municipal de Paracatu, através da Fundação Casa de Cultura realizaram nesta tarde (8/11), a Exposição “Paracatu em Miniatura” do artista plástico Ronaldo Rabelo.

 

Sobre o artesão

 Ronaldo Rabelo é um artista plástico da cidade de Paracatu, Minas Gerais, nascido em 26 de novembro de 1969.

Há mais de quinze anos se dedica a produzir magníficas maquetes retratando a arquitetura histórica de Paracatu. Seu trabalho é especialmente focado em reproduzir casarios, igrejas e, principalmente, as icônicas construções que já foram demolidas e não existem mais.

Com maestria e detalhismo, Ronaldo Rabelo utiliza técnicas de modelagem e pintura para recriar fielmente essas construções históricas, capturando sua beleza e importância cultural.

Suas maquetes são construídas com madeira, mdf, papel paraná, acrílico, plástico e pintadas com tinta acrílica.

As verdadeiras obras de arte encantam os espectadores e os transportam para o passado, possibilitando a apreciação dessas estruturas arquitetônicas perdidas.

Por meio de exposições e eventos culturais, o artista compartilha seu trabalho com o público, promovendo o diálogo entre passado e presente, resgatando a identidade histórica de Paracatu. Suas maquetes são apreciadas tanto pelos amantes da arquitetura quanto pelos admiradores da arte em geral tornando seu trabalho de certa forma, uma leitura sobre o patrimônio histórico e imaterial da cidade.

  Obras e descrições

Palácio da Ouvidoria/Casa de Câmara e Cadeia

Esta edificação foi construída em 1870 pelo padre Joaquim de Melo Franco e demolida em 1935.

Pertenceu ao Vigário Melo e seus descendentes. A construção já foi sede do Palácio da Ouvidoria tanto na época do Vigário (Ouvidor interino) quanto dos demais ouvidores. Deixou de ser sede da Ouvidoria quando foi extinto o governo político do Ouvidor ou Juiz de Paz.

Anos mais tarde, com o incêndio da primeira Cadeia de Paracatu, o sobrado sediou a Casa de Câmara e Cadeia. Segundo Lavoisier Albernaz, diante dele havia o Pelourinho, nome do Largo em frente ao sobrado e havia também, um chafariz onde os cidadãos se serviam de água pura e límpida.

O pelourinho foi demolido, em 1854. Anos depois da demolição do pelourinho o largo passou a se denominar Largo da Câmara e Cadeia.

O Philodramático

Em 1887, reuniram em Paracatu quatro pessoas e decidiram construir um local especialmente voltado para as apresentações teatrais.

E assim pelo “PODER DE QUATRO VONTADES” como se achava escrito sobre boca do palco, é edificado o belo teatro O PHILODRAMATICO no largo do Rosário.

Sua fachada testemunhava o desenvolvimento de um nível mais requintado de arquitetura com elementos decorativos. A valorização do interior o colocava em uma categoria diferenciada das demais construções existentes até então em Paracatu.

A disposição interna era constituída de espaçosa plateia, com dois andares e 28 camarotes, “torrinhas” e câmara para orquestra.

A inauguração do teatro se deu em 01 de janeiro de 1890, após 3 longos anos de construção, com a encenação …

Igreja Matriz de Santo Antônio

Foi erigida pelo Padre Antônio Mendes Santiago, em 1746,  quem obrigou a população a fornecer os escravizados para a construção da obra.

A igreja foi edificada em linhas sóbrias e de fachada austera do autêntico barroco. Nela se encontram trabalhados altares, todos em cedro, chamando-se atenção o altar-mor, que é destituído de toda e qualquer pintura. O expectador sente a verdadeira arte do artista desconhecido, pois até hoje permanecem incógnitos para a população e pesquisadores. Sabe-se que esse altar pertenceu à Igreja do Sant’Anna. Ainda pode ser admirado nela seus altares laterais e as imagens de Santo Antônio (padroeiro), São Miguel Arcanjo, Nossa Senhora da Piedade e o crucifixo do altar-mor.

Por muitos anos abrigou em parte superior ao topo da colmeeira, um relógio carrilhão abrigado dentro de uma caixa de alvenaria. Esse dito relógio foi transferido para a Igreja do Rosário onde se encontra até os dias de hoje.

Arquivo Público Municipal

Em conformidade com suas características construtivas e estéticas, é uma edificação da segunda metade do século XX, construída por Jorge Batista. Segundo Wilma Azevedo, filha do atual proprietário, a construção foi  a primeira edificação da Rua Temístocles Rocha a possuir instalação sanitária. Foi comprada em 1986, por Geraldo Custódio de Azevedo das mãos de Carlos Oliveira Costa, sendo alugada para pessoas interessadas. Passou por uma reforma, em 2007, porém somente a fachada principal foi preservada. Foi alugada pela Prefeitura Municipal para ser sede do Arquivo Público Municipal.

Sobrado do Santana

A primeira edificação de alvenaria de Paracatu foi construída pela família Melo Franco. Em meados do século XVIII, o português João de Melo Franco chegou ao Rio de Janeiro, onde residiu por um tempo em sua permanência no Brasil. Mais tarde, partiu para Sabará, para depois chegar a Paracatu em 1757. Aqui, se tornou proprietário de uma das maiores fazendas da região, a Fazenda do Fundão. Muito estimado pela alta sociedade, logo se tornou possuidor de grandes privilégios no Arraial de São Luiz e Sant’Anna. João de Melo Franco foi fundador da conhecida família Melo Franco no Brasil.

Segundo depoimento do senhor Deiró Roriz Meireles, “Chiquinho de Manoela”, casado com “Mariinha”, viveu no sobrado, na parte superior e no térreo possuía uma venda.

Relata-se que foi nesse sobrado que ficou abrigada Dona Beja, a famosa “princesa de Araxá”, logo depois de ter sido raptada pelo ouvidor e trazida para Paracatu, por volta de 1815.

 

Casa de Zenaide Tavares de Moura avó do artista Ronaldo Moura Rabelo.

Aqui duas peças representando parte da casa, antes e depois da reforma.

 

Casa do Professor Zé do Galo

Construção simples, porém, muito charmosa na Rua Samuel Rocha.

 

Casa do médico Dr. Adelmar da Silva Neiva (Dr. Maneco)

Esse casarão se localizava na antiga Rua da Capelinha, atual Rua Pinheiro Chagas. Pertenceu ao Sr. Pedroca Neiva nos anos 40.

Em um de seus aposentos existiu o primeiro consultório do recém-formado médico, conhecido por Dr. Maneco, que se tornou um dos mais renomados, competentes e caridosos médicos de Paracatu através de sua amizade com Juscelino Kubitschek, o qual foi seu colega de faculdade.

Trouxe para Paracatu o Hospital Municipal que, antes de sua inauguração foi o local onde Dr. Maneco faleceu após uma crise de apendicite.

O casarão centenário ficou para os herdeiros e após  ser vendido, foi demolido por volta de 1997.

 

Casa de Cultura

Afirma-se que esse casarão era sede do Palácio do Conselho das Minas da Vila de Paracatu do Príncipe, tendo sido construído por Domingos Pimentel de Ulhoa, entre 1854 e 1857, para fins de moradia de sua família. O Comendador Pimentel era homem influente, tendo sido, provavelmente, o Presidente do Conselho das Minas.

As três portas à direita da fachada da Rua do Ávila seriam de acesso ao Corpo Administrativo do Conselho das Minas, com atendimento ao público. Uma das filhas do Comendador, Cândida Pimentel de Ulhoa, casou-se com o coronel Fortunato Botelho, natural de Araxá, e passou a residir no casarão com seus filhos. Entre os anos de 1858 e 1870, o local do Conselho abrigaria um grande comércio, armazém e loja.

Em 1880 a edificação foi adaptada para sediar o Grupo Escolar Affonso Arinos. O prédio fora adquirido por doação dos irmãos Ulhoa: Cândida, Adelina, Duarte, Tomás e Ana. Entre 1913 e 1927, sediou a Escola Normal Oficial Antônio Carlos e o Liceu Paracatuense.

Casa Tote Costa

Uma das mais longevas casas comerciais de Paracatu.

Inaugurada em 1932 pelo Sr. Aristóteles Costa, décadas depois foi transferida ao seu filho José Joaquim Costa (Zezé de Tote).

O comércio funcionou atendendo o povo paracatuense com vários e importantes produtos, tais como: tintas, ferragens, ferramentas, materiais para pesca, esmaltados, loucas, cereais, bicicletas etc..

Encerrou suas atividades em 2018, deixando um legado de atenção, cordialidade, honestidade e bom atendimento pela família Costa a todos os cidadãos de Paracatu.

 

O sobrado da Rua Goiás

O sobrado foi edificado no final do séc. XIX, de propriedade do casal Major Antônio de Aquino e Moura e sua esposa Teodora de Pinho Costa, avós maternos do Sr. Joaquim Pedro Neiva. Após algumas reformas e ao longo de sua existência. A edificação entra em estado de conservação precário, vindo a praticante desabar no final dos anos 90.

Atualmente existe um projeto de total restauração deste icônico imóvel aqui representado como nos anos 30.

 

Casa do Sr. Lafayette da Silva Neiva e D. Geralda Campos Neiva.

Edificado por volta do início dos anos 1900. A partir dos anos 40, passa a ser de propriedade do casal Lafayette da Silva Neiva e D. Geralda Campos Neiva.

Desde então conservou-se sua construção original muito bem preservada e mantendo suas características externas originais. Ao longo dos anos recebeu algumas reformas e melhorias no seu interior, hoje pertence aos herdeiros que a mantém bem preservada.

 

Sede da Fazenda Alegria

A centenária fazenda de Paracatu foi propriedade do casal Pedro da Silva Neiva e D. Leonor da Silva Neiva. A edificação preserva sua sede original, onde hoje é propriedade do seu filho Flávio Antônio Neiva. ‎

 

Residência e comércio de Zote André

O casarão na Rua Goiás pertenceu ao casal Joaquim André Sobrinho (Zote) e D. Ivone Machado André, onde além da residência também abrigava por muitos anos a “Casa Central”, um tradicional e bem frequentado comércio de secos e molhados de propriedade do Sr. Zote André. Aqui está representado como a edificação era nos anos 60.

 Ruínas da casa do Sr. Cristóvão Carvalho

Esta casa em ruínas representa todas as nossas históricas construções que perdemos ao longo de toda a nossa história.

Construída por volta do final do século XIX se situava na antiga Rua da Praça (hoje Temístocles Rocha), nos anos 20 foi a residência do padre João Marques de Oliveira (padre Joca) que foi muito querido pelo povo daquela época, a cruz em frente marcava o ponto onde as procissões faziam uma breve parada para fazer as rezas de Santa Cruz.

A posteriori pertenceu também ao Sr Cristóvão Carvalho até ficar sem condições de moradia vindo a ser demolida ao final dos anos 90. Essa maquete foi feita em escala usando todas as técnicas e elementos da carpintaria da época, tijolos de adobe, esteios de aroeira e telhas…

 

Casa de Eduardo Rocha

Essa casa na antiga Rua da Praça, atual Rua Temístocles Rocha foi construída na segunda metade do século XIX, sendo proprietário inicial Luiz José de Santana e sua esposa Izabel Beatriz de Campos Valadares de Santana. Em posteriori, foram residência de Temístocles Rocha e Izabel Valadares de Sant’Anna Rocha, em seguida de Geraldo Rocha e Anita Lopes Rocha. Hoje pertence à Prefeitura Municipal de Paracatu.

 

Clínica Integrar

A construção foi edificada aproximadamente nas primeiras décadas de 1900. Sua arquitetura era caracterizada inicialmente como estilo “Tradicional”, já nos anos 30 teve sua fachada remodelada recebendo atualização baseado no estilo eclético.

Foi comércio, residência e reduto político da Família Vargas, anos mais tarde, se torna comércio e residência do Sr. Zenom Alves Ribeiro. Após várias décadas foi alugada, tornando-se restaurante e pizzaria até 2011. A casa é adquirida por Dra. Monica Naves Ulhoa, sendo restaurada e atualizado todo o seu interior, retornando o estilo eclético com ornamentos na fachada, novas portas, janelas e pintura seguindo rigorosamente o estilo da arquitetura eclética. Hoje funciona uma conceituada clínica.

 

Casa estilo tradicional de Paracatu  

     

Essa peça traz elementos da “Arquitetura Tradicional”, com suas portas e janelas arqueadas, pintura clássica em duas tonalidades e telhas de barro sobre o muro que fechava o lote da propriedade.

 

Arquitetura estilo Eclético em Paracatu

Esta casa apresenta o estilo eclético que compreende o período que vai do final da década de 1880 à década de 1940.

O estilo está presente em várias construções em Paracatu quando se buscava o alinhamento das casas em relação às ruas tortas de outrora.

Além do uso e mistura de estilos estéticos históricos, a arquitetura eclética, de maneira geral, se caracterizou pela simetria, busca de grandiosidade, paredes grossas, rigorosa hierarquização dos espaços internos e riqueza decorativa, além da segurança e privacidade das casas, elevando suas fachadas e janelas ao nível das calçadas e mudando a porta principal para a lateral da construção protegidas por portões e grades.

Serviço
Exposição “Miniaturas de Paracatu”
Abertura: quarta (8 de novembro), às 14 horas. Visitação: de segunda-feira a sábado, das 8 às 18 horas, e sábados das 9 às 15 horas. Até a segunda quinzena de dezembro.
Aberto ao público – Classificação Livre

Fotos da exposição Paracatu em Miniaturas

 

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O Lábaro

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