Após financiar mais de R$ 761 milhões, Banco Europeu de Investimentos visita Copasa para conhecer obras
Recursos estão sendo aplicados desde 2019 para universalizar serviços de saneamento básico e combater as perdas de água no Estado
A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) recebeu nesta segunda-feira (09/10), em Belo Horizonte, a visita de uma comitiva do Banco Europeu de Investimentos (BEI), com sede em Luxemburgo. O objetivo dos representantes da instituição é conhecer como e onde estão sendo aplicados os recursos financiados para a Companhia, que totalizam R$ 761 milhões até 2024.
Diante da prioridade que a Copasa tem dado às ações de combate a perdas de água, que ultrapassam um índice de 38% atualmente, o Laboratório de Hidrometria da Companhia foi o local escolhido para apresentar à delegação do BEI os investimentos na modernização dos medidores de água.
Segundo Roberto Botelho, gestor de Empreendimento de Grande Porte da Copasa e coordenador da Unidade de Implementação de Projetos do financiamento BEI, cerca de R$ 70 milhões financiados pelo banco estão sendo aportados na aquisição de modernos medidores de água, equipamentos fundamentais para as ações de combate a perdas de água em sistemas operados pela Copasa.
“A equipe do BEI anualmente vem visitar a Copasa, ver como estão o andamento desses trabalhos realizados via financiamento. Então, a delegação hoje conheceu nosso laboratório para comprovar a seriedade com que a Copasa trata no recebimento dos medidores e o cumprimento das normas brasileiras”, ressaltou Botelho.
Para garantir que o fornecimento destes medidores se dê em conformidade com as especificações técnicas requeridas foi previsto, nos editais de aquisição destes equipamentos, a realização de ensaios de qualidade em amostras, que serão executados no Laboratório de Hidrometria. Na visita, a delegação do BEI foi recebida por uma equipe técnica do laboratório que explicou aos visitantes a metodologia que será executada nestes ensaios de qualidade.
Após percorrer o Laboratório de Hidrometria da Copasa, a responsável do BEI pelas Operação de Crédito do Setor Pública na América Latina e Caribe, Alexandra Almeida, destacou a parceria entre o banco e Companhia e a importância da visita para conhecer onde os investimentos estão sendo aplicados. “Estou muito feliz de estar aqui. A Copasa identificou que esta área de medidores é muito importante para a estratégia da empresa. A redução de perdas é um dos nossos objetivos principais, porque há vários tipos de perdas e onde é por falta de medição correta do consumo da água, impossibilita os consumidores de otimizarem este consumo. Então, ter medidores mais sofisticados vai permitir fazer uma gestão mais adequada dos consumos. Acho que todos já perceberam que temos de gerir nossas vidas de outra forma para nos adaptarmos a essas alterações climáticas”, afirmou.
Obras
Desde 2019, a instituição já financiou 27 obras de saneamento em todo o Estado no valor de mais de R$ 460 milhões, gerando mais de 900 empregos. Neste ano, outros R$ 137,2 milhões estão sendo alocados para mais seis empreendimentos. São eles: ampliação do sistema de esgotamento de Varginha; ampliação dos sistemas de esgotamento, com implantação de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) em Perdões e Rio Pomba; implantação do sistema de abastecimento de água em Espírito Santo do Dourado; ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA) Serra Azul; e implantação de dois boosters no Sistema Pacuí no SAA de Montes Claros.
Para 2024, também já estão garantidos recursos de quase R$ 162 milhões. Esses valores alocados pelo BEI reforçam o Programa de Investimentos da Copasa, que prevê destinar R$ 7,7 BILHÕES entre 2024 e 2027 para universalizar os serviços da Copasa nas áreas de concessão da empresa.
A comitiva também se reuniu com a Diretoria da Copasa para acompanhar o andamento das obras no Estado, já que o Banco Europeu de Investimentos é um dos maiores financiadores do setor de água e saneamento em nível global. Na avaliação de Alexandra Almeida, este é um setor muito ameaçado pelas alterações climáticas e que precisa de apoio financeiro para avançar no desenvolvimento sustentável.
“A água é cada vez mais um recurso escasso, a ser gerido com muito cuidado, e que exige volumes de investimentos muito grandes para assegurar um abastecimento permanente para quem mais precisa. Então, é um setor em que o banco gosta de apoiar e dar condições de desenvolvimento. E a Copasa tem sido uma entidade com que nós trabalhamos muito bem, com muita fluidez, apesar de o banco estar sediado em Luxemburgo, nós conseguimos ter uma relação muito próxima e é um orgulho para nós podermos continuar a apoiar a atividade da empresa aqui em Minas Gerais”, concluiu a representante do BEI.
O volume de investimentos que a Copasa vem destinando para obras de saneamento é recorde nos últimos cinco anos. Isso porque a Companhia tem perseguido atingir as metas estabelecidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento até 2033. Apenas nos últimos meses, a Copasa alcançou quase 80% da cobertura de esgoto tratado em Minas, sendo que a meta estabelecida pelo Novo Marco é de 90% para esgoto coletado e tratado até 2033. Quanto ao abastecimento, a Copasa atingiu 99,6% de fornecimento de água tratada, superando a meta determinada pelo Novo Marco.
Esse robusto patamar de aportes visa à ampliação dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, extensão de redes, segurança hídrica, combate a perdas, desenvolvimento empresarial, atendimento de metas regulatórias e de eficiência, compromissos de concessão assumidos, reposição de ativos depreciados, bem como à consecução do objeto social e da missão da Companhia, garantindo a sustentabilidade e perenidade da empresa e atendendo às demandas dos clientes e do poder concedente, em busca da ampliação da cobertura dos serviços de água e de esgoto.
Foco no esgoto
Os R$ 460 milhões já alocados pelo BEI para a Copasa foram investidos em diversas obras por todo o Estado. Apesar de realizar empreendimentos para melhorar o abastecimento de água em Betim, Belo Horizonte, Patos de Minas, Santo Antônio do Monte, Mutum e Divinópolis, a maior parte dos aportes está sendo destinada para ampliar os serviços de coleta e tratamento de esgoto, buscando a ampliação da cobertura com coleta, interceptação dos esgotos gerados e implantação de novas ETEs – Estações de Tratamento de Esgoto. Essas ações colaboram para a qualidade dos corpos d’água e para a saúde e qualidade de vida da população atendida. Das 27 obras em andamento ou concluídas, 19 são para a expansão do sistema de esgotamento sanitário.
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