Biblioteca Municipal René Lepesqueur recebe doações de livros do cientista José Israel Vargas
Um dos maiores desafios na hora de atrair público para a biblioteca é a falta de interesse pelo hábito da leitura nos dias de hoje.
Com tanta tecnologia disponível, muitas pessoas acabaram esquecendo-se do prazer e das vantagens de ler e pesquisar frequentemente.
A leitura, a pesquisa é fundamental: todas as pessoas, de todas as idades, precisam adotá-las se quiserem ter mais repertório em suas vidas. Ler desenvolve o vocabulário, aumenta o tempo de atenção e promove um pensamento analítico mais forte.
A Biblioteca
Atualmente, a Biblioteca Municipal René Lepesqueur atende em média a 100 pessoas por dia, oferecendo serviços de pesquisa e empréstimo de livros. Com 9.800 usuários cadastrados e mais de 47.000 livros catalogados em seu banco de dados, a biblioteca é um ponto de informação e cultura para a comunidade de Paracatu.
O cientista José Israel é um incentivador a leitura e a pesquisa
foto divulgação
O cientista paracatuense José Israel Vargas, aos 96 anos, em nome da família Vargas fez uma doação de quatro livros e um exemplar do irmão também cientista Helion Vargas para a Biblioteca Pública de Paracatu através do primo Raimundo Vargas Filho ao Secretário Municipal de Cultura e Turismo, Igor Diniz.
Os livros são sobre a trajetória do cientista, e um deles escrito pela historiadora e doutora em sociologia pela Universidade de Paris, Ligia Maria Leite Pereira, escreveu a biografia do cientista José Israel Vargas: “Desafiando Fronteiras, Trajetória de vida do cientista José Israel Vargas”. Ela passou alguns meses mergulhados no dia a dia de um dos nomes mais importantes para a ciência e a cultura, no Brasil e no Mundo.
Esses importantes livros ficarão sobre a guarda da Biblioteca Pública Municipal e que estará à disposição da população para pesquisa e conhecimento.
José Israel Vargas
fotos da internet
José Israel Vargas nasceu em Paracatu (MG) no dia 9 de janeiro de 1928. Em 1945 iniciou o curso de Química na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de Minas Gerais (UMG), bacharelando-se em 1951 e licenciando-se no ano seguinte. Entre 1947 e 1950 frequentou também os cursos de Física e Química da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP). De 1956 a 1959 fez doutorado em Filosofia na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. De 1960 a 1963 chefiou a Divisão de Física Nuclear do Instituto de Pesquisas Radioativas da Escola de Engenharia da atual Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e foi diretor do Instituto em 1962. Foi o primeiro presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), em 1963, representando o Brasil na Junta de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em Viena, na Áustria.
Foi assessor-técnico da Presidência da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) de 1963 a 1964. Durante o governo de Antônio Aureliano Chaves de Mendonça (1975-1978) presidiu a Fundação João Pinheiro, o Grupo Executivo de Ciência e Tecnologia do Estado de Minas Gerais (1975-1976) e a Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) (1975-1979). Tornou-se o primeiro secretário de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, função que exerceu de janeiro de 1977 a março de 1979. Nos últimos meses do general Ernesto Geisel na Presidência da República (1974-1979), Israel Vargas foi secretário de Tecnologia Industrial do Ministério da Indústria e Comércio e o principal gestor do Programa Pró-Álcool, atividade que desempenharia até 1984. Consultor da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) de 1972 a 1979, em 1976, tornou-se membro do Conselho Científico e Tecnológico do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), função que exerceria até 1985.
Integrou vários organismos internacionais, dentre os quais, como presidente, o Comitê de Ciência e Tecnologia (CCT) da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a partir de 1985, e o Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris, do qual foi vice-presidente de 1986 a 1987 e presidente de 1987 a 1989, além de membro do Conselho Diretor. Foi fundador do Clube Internacional de Energia de Moscou. Foi vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), de 1984 a 1994, e membro da Comissão Nacional de Energia (CNE), de 1985 a 1988. Com a posse na Presidência da República do vice-presidente Itamar Franco, no dia 2 de outubro de 1992, em substituição ao presidente Fernando Collor de Mello, após ter sido aprovada pela Câmara dos Deputados a admissibilidade de abertura do processo de impeachment do presidente, Israel Vargas foi indicado para ocupar o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), no qual foi empossado poucos dias depois.
Em dezembro de 1993 assumiu interinamente o Ministério das Minas e Energia (MME), substituindo a Paulino Cícero de Vasconcelos. Ocupou cumulativamente as duas pastas até março de 1994, quando foi sucedido, na de Minas e Energia, por Alexis Stepanenko. Com o fim do governo de Itamar Franco e a posse de Fernando Henrique Cardoso em janeiro de 1995, Israel Vargas foi mantido na pasta de Ciência e Tecnologia, na qual permaneceu até 31 de dezembro de 1998. No dia seguinte, início do segundo mandato presidencial de Fernando Henrique Cardoso, Luís Carlos Bresser Pereira tornou-se o novo titular da pasta.
Publicou diversos trabalhos científicos em revistas nacionais e estrangeiras, entre os quais Radiochemical research at the Instituto de Pesquisas Radioativas (1963); Influence des conditions d’irradiation et de l’état physique de l’échantillon sur la restauration des radicaux libres crées dans le p dichlorobenzene – em colaboração (1972); Estudo do tetramandelato de Háfnio por correlação angular perturbada – em colaboração (1975); Avaliação de demanda de energia do setor doméstico – Descrição e projeto de mercado – Abordagem metodológica – em colaboração (1989).
Fonte: https://www.memoriadaeletricidade.com.br/acervo/8332/israel-vargas
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