Descarte de lixo e ligação incorreta aumentam vazamentos de esgoto em Paracatu

 Descarte de lixo e ligação incorreta aumentam vazamentos de esgoto em Paracatu
Copasa alerta que população pode ajudar a evitar transtornos durante o período chuvoso
 
      A Copasa registrou, somente no mês de outubro desse ano, 88 ocorrências de extravasamentos de esgoto em Paracatu. No mesmo mês do ano passado foram atendidos 59 casos, o que representa um aumento de 49%. Diante desse número, é possível obter uma constatação:  o lançamento irregular de água da chuva nas redes coletoras de esgoto agrava o problema no período chuvoso. Em outubro, os casos aumentaram em média 6% se comparado a meses anteriores (fevereiro a setembro).
      Quando esse lançamento incorreto acontece, as tubulações de esgoto não suportam e são rompidas pela pressão, situação que pode causar vazamentos e refluxos (retorno do esgoto para o interior dos imóveis) e até mesmo o deslocamento das tampas dos PVs (poços de visita – acesso às redes subterrâneas de esgoto) no meio das vias públicas, situação que pode levar a acidentes entre pedestres e motoristas que trafegam pela região.
      Apesar dos esforços da empresa para resolver os vazamentos, a ajuda da população é fundamental para assegurar a eficiência do funcionamento do sistema de esgotamento sanitário, já que negligenciar as redes coletoras pode interferir na operação e afetar toda uma sociedade.
      Renato Carvalho, gerente da Unidade de Serviço de Apoio Operacional Oeste da Copasa, falou sobre como a utilização incorreta das redes provoca um “efeito dominó” no dia a dia. “Nem sempre o imóvel afetado pelo refluxo é o responsável pelo entupimento da rede, mas se ele se encontra em um nível mais baixo da rua e os canos entupirem, ele é quem será prejudicado. Ou seja, a ação de um vizinho pode afetar o outro e assim sucessivamente. Por isso, a utilização correta do sistema de esgotamento por todos é fundamental”, destacou.
Descarte de lixo
      Em Paracatu, extravasamentos e refluxos não estão restritos ao lançamento inadequado da água pluvial nas redes coletoras. O lixo também é um problema. A Copasa registrou, no primeiro semestre de 2024, um aumento de 3% nos entupimentos das tubulações de esgoto, se comparado ao período do ano passado. Nos seis primeiros meses de 2023, foram detectadas 282 obstruções. Em 2024, esse número subiu para 291. Durante todo o ano de 2023, foram registradas 1079 intervenções corretivas nas redes de esgoto, sendo 629 para desentupimentos. Neste ano, até agora, 1014 manutenções foram realizadas e 579 delas tiveram como objetivo a desobstrução dos canos.
      Os objetos sólidos não causam transtornos apenas no meio das ruas, chegam também às elevatórias, unidades de bombeamento que enviam os efluentes para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), podendo causar diferentes defeitos nas máquinas, que se entupirem podem extravasar esgoto na natureza. Essas unidades contam com cestos para reter o lixo, os compartimentos são limpos três vezes por semana e, em média, a cada higienização, 7 quilos de materiais sólidos são retirados, entre sacolas plásticas, terra, embalagens, roupas, sapatos, animais mortos, fraldas, partes de móveis, absorventes, preservativos, cabelo, descartes de construção civil, pedaços de alumínio, ferro, aço, madeira, eletrônicos, brinquedos, restos de alimentos, gorduras solidificadas, areia etc. Ainda assim, parte do lixo consegue chegar à ETE, de onde, diariamente, são retirados mais de 16 quilos. Por mês, a Copasa retira aproximadamente 10,3 toneladas de lixo do esgoto.
      Saulo Bernardes, gerente regional da Copasa, explicou que a comunidade e a empresa devem trabalhar em equipe. “Ao contrário do que costumamos ouvir nas ruas, a Copasa não lança esgoto nos mananciais ou nas vias públicas. Na verdade, a Copasa corrige esses tipos de problemas, causados por atitudes de terceiros. Se todos fizerem a sua parte, esses transtornos podem ser evitados, contribuindo para o bem-estar de toda a população”, pontuou.
Dicas
      Quando o uso do sistema de esgotamento sanitário é feito de maneira correta, os efluentes são encaminhados para a ETE, onde recebem tratamento adequado e são devolvidos à natureza sem a prejudicar. Medidas simples previnem entupimentos das redes, extravasamentos e refluxos:
• Jogar o lixo no lixo, e não no vaso sanitário;
• Direcionar a água da chuva para redes de drenagem pluvial, e não para o esgoto;
• Direcionar restos de comida, óleo e outras gorduras para reciclagem;
• Colocar telinhas nos ralos para evitar a passagem de linhas, fios de cabelo e restos de comida para o esgoto;
• Não violar as tampas dos poços de visita para escoar água da chuva ou lançar lixo.

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