Cemig alerta para o aumento de acidentes de origem elétrica no Brasil
Segundo levantamento da Abracopel, quase 450 pessoas perderam a vida nos primeiros seis meses de 2024
Os acidentes de origem elétrica continuam causando ferimentos graves e mortes em todo o Brasil. Dessa forma, a Cemig volta a alertar sobre essas ocorrências e como evitar ferimentos e fatalidades relacionadas à eletricidade. De acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), foram registradas 1.086 ocorrências no primeiro semestre de 2024, um aumento de 9,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Sobre as fatalidades, o número passou de 399 mortes nos primeiros seis meses do ano passado para 448 óbitos no mesmo período de 2024, um acréscimo de 12,28%.
Conforme o estudo da Abracopel, os números deste ano mostram uma tendência de crescimento em todos os tipos de acidente: choque elétrico, incêndio por sobrecarga e descarga atmosférica (raio). Na região Sudeste, as ocorrências passaram de 93 incidentes para 121 neste ano, e também um aumento no número de mortes, passando de 57 fatalidades no ano passado para 80 no primeiro semestre de 2024.
Em Minas Gerais, segundo a Abracopel, foram 35 acidentes de origem elétrica no primeiro semestre de 2024, que resultaram em 21 mortes. Já em relação ao mesmo período do ano passado, a entidade aponta que aconteceram 25 ocorrências, com 17 óbitos.
De acordo com o engenheiro Eletricista da Cemig, Demetrio Aguiar, o alto número de acidentes de origens elétricos requer a conscientização da população sobre o assunto que apresenta alto grau de letalidade.
“A energia elétrica é essencial para a sociedade moderna. Dependemos dela para quase tudo hoje em dia. Por isso, devemos ter o máximo cuidado. A eletricidade não tem cheiro, cor ou forma. Dessa forma, qualquer descuido ou uma má condição da instalação elétrica pode causar um acidente de gravidade que, se não ocasionar morte, vai deixar sequelas irreversíveis”, alerta.
Cuidados em casa
A instalação do Dispositivo Diferencial Residual (DR) é recomendado para todas as residências. Esse equipamento protege adultos e crianças de correntes elétricas de maior intensidade, evitando acidentes graves dentro de casa.
Esse aparelho, que ganhou variações nos últimos anos e teve o seu preço bastante reduzido, tem o objetivo de detectar fugas de corrente elétrica em circuitos defeituosos. Caso isso seja detectado, o sistema é desligado imediatamente e evita que o usuário sofra choque elétrico ou que tenha danos nas instalações elétricas em função da rápida atuação do equipamento.
“A NBR obriga, desde 1997, que os circuitos sujeitos à umidade em uma residência, como banheiros, garagens, áreas de serviço, cozinhas e varandas, instalem o DR para reforçar a segurança elétrica. No entanto, infelizmente, a sua utilização ainda é baixa no Brasil, apesar dessa legislação já existir há mais de duas décadas. Esse equipamento, que não é motivo para encarecimento da obra, poderia evitar muitos acidentes elétricos e salvar muitas vidas”, afirma Demetrio Aguiar.
“Também é fundamental que todas as residências possuam um projeto elétrico, o que facilita a manutenção e a análise para novas demandas de carga. Além disso, qualquer serviço elétrico deve ser realizado por profissionais qualificados, garantindo a segurança e evitando problemas”, acrescenta.
Apesar de parecerem inofensivos, é importante que as pessoas tenham cuidados com equipamentos como máquina de lavar roupa, ferro de passar e refrigeradores.
“Esses eletrodomésticos não podem, de forma alguma, serem manuseados com o corpo molhado. Em caso de algum defeito ou uma fuga de corrente, o choque elétrico pode causar danos ou até mesmo levar a morte. No caso da máquina de lavar, é importante que o equipamento esteja desligado no momento em que as peças são colocadas e retiradas”, explica o engenheiro da Cemig.
Outros cuidados importantes
O especialista em segurança elétrica destaca, ainda, que instalações feitas de forma incorreta trazem um grande risco para a população. A população deve evitar o uso de “Ts” ou benjamins, que podem causar sobrecargas e provocar incêndios.
“São consideradas gambiarras as instalações que utilizam diversos fios e adaptadores para realizar a ligação de muitos aparelhos em uma única tomada. Esses dispositivos provocam sobrecarga e, consequentemente, o mau funcionamento dos aparelhos, podendo causar choque elétrico e princípios de incêndio. O correto é utilizar as réguas de borne, aquelas que possuem mais de uma tomada e possuem um fusível para proteger a instalação contra as sobrecargas de energia”, afirma.
De acordo com Demetrio Aguiar, é importante que aparelhos com maior potência, como ar-condicionado, chuveiro elétrico e micro-ondas tenham circuito próprio, para evitar acidentes. Além disso, é importante também dimensionar as tomadas corretas para cada tipo de aparelho, pois alguns precisam desses pontos de conexão com suporte para maior amperagem, como aparelhos air-fryer (fritadeira elétrica), por exemplo.
“Por isso é importante que as casas tenham projeto elétrico, o que facilita a manutenção e até a avaliação para o acréscimo de novas cargas, e qualquer serviço elétrico deve ser feito por profissionais qualificados ou capacitados, para que não haja esse tipo de problema”, complementa.
A Cemig alerta também à população que, em caso de necessidade de qualquer manutenção na rede elétrica, é importante que o disjuntor da residência seja desligado para reduzir as chances de acidentes com a eletricidade. Além disso, sempre que for necessário esse tipo de manutenção, procure um profissional especializado.
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