Entrevista com a banda MICROPHONIA

 Entrevista com a banda MICROPHONIA

 

Por Sandro Neiva

O velho sonho juvenil de montar uma superbanda de rock já povoava o imaginário daqueles garotos desde 2008, “nos corredores do Colégio Polivalente”, como explica o vocalista Edvaldo. À época, a empreitada não vingou. Cada um seguiu seu rumo até que em 2023 eles se reencontraram e surgiu uma oportunidade para dar forma ao antigo projeto, interpretando canções de seus ídolos do rock e também ralando em canções próprias, na composição de material autoral. De lá para cá, meu amigo, o rock´n´roll tem rolado alto e solto nas garagens, porões, bares e subterrâneos de Paracatu Rock City, onde quer seja possível se plugar uma guitarra! A seguir, um bate-papo rápido que tive com o vocalista Edvaldo Júnior e o baixista João Dornelas, dois membros-fundadores da banda MICROPHONIA, de Paracatu (MG).

  • SANDRO NEIVA – Salve, salve pessoal, tudo certo? Confesso que ainda não tive a chance de conferir de perto uma apresentação de vocês, mas pude assistir a vários vídeos de shows recentes e apreciei bastante alguns covers de Black Sabbath e Judas Priest, por exemplo, bandas pelas quais tenho muita admiração e respeito. Então, vamos lá, quando foi formada a banda, quando rolou o primeiro show e qual a atual formação?

EDVALDO JÚNIOR – Fala Sandro, primeiramente agradeço a você por abrir esse espaço, para que a gente possa nos apresentar ao público leitor e levar o nosso nome para a galera. Nós somos a banda MICROPHONIA e a ideia surgiu ainda no ano de 2008, nos corredores do Colégio Polivalente, comigo, com o João e com o Jabes. Não rolou nenhum show, apenas alguns pequenos ensaios com violão e baixo. Mas a gente já tinha um sonho de música, com uma veia artística. Compusemos dezenas de músicas durante esse período, mas por circunstâncias da vida a gente seguiu por caminhos diferentes e depois de muito tempo, depois de cada um construir seus caminhos, construir sua vida, depois de uns 15 anos, a gente se reencontrou e percebemos que a chama da música ainda estava acesa dentro de nós, então voltamos a meter bronca. Ensaiamos muito e no ano passado surgiu a oportunidade de uma apresentação no Festival Internacional do Colégio Dom Elizeu. Naquele evento deixaram a nosso cargo tocar alguns covers internacionais.  Então fizemos uma apresentação mesclando covers internacionais e músicas nossas, autorais. Foi muito legal e daí começaram a aparecer outras oportunidades de shows. A formação atual é o João no baixo, o Jabes na guitarra, o Milton na outra guitarra, o Gabriel na bateria e eu, Edvaldo, no vocal.

  • SANDRO NEIVA – Quanto à proposta e os objetivos do MICROPHONIA, a ideia é trabalhar exclusivamente com sons cover ou existe a intenção de compor e apresentar sons autorais também?

JOÃO DORNELAS – Desde o início a nossa ideia sempre foi apresentar as nossas próprias músicas, transmitir a nossa musicalidade, os nossos sentimentos. Porém, nós decidimos nos dedicar mais a músicas dos grandes artistas do rock, como forma de prestar tributo a nossos heróis da música. Acreditamos que assim poderemos ganhar espaço no cenário musical e aos poucos, de forma gradual, poderemos apresentar nossas músicas autorais também.

EDVALDO JÚNIOR – Sim, temos dezenas de músicas próprias “na gaveta”, e ainda pensamos em trabalhar com elas no futuro. No entanto, partimos da visão de ganhar primeiro um espaço mostrando nosso potencial como músicos, dando mais ênfase aos tributos e depois, em um segundo momento, entrar de cabeça nos sons autorais.

 

  • SANDRO NEIVA – A impressão que tive em minhas últimas visitas a Paracatu é de que o cenário rocker e o circuito noturno da cidade andam propícios para as bandas locais, os barzinhos têm interesse em contratar, há uma demanda crescente de público… estou certo?

EDVALDO JÚNIOR – Sim, Sandro, com certeza. Paracatu sempre foi um lugar muito rico culturalmente e isso também se reflete na música. Vejo que existe uma pluralidade de estilos, de artistas, de propostas. Creio também que o público já entendeu que é muito mais legal se escutar um som ao vivo do que escutar um som mecânico. E isso abre um leque, um espaço muito importante para as bandas de todos os estilos, com o crescimento dessa demanda de público, tanto em bares quanto em eventos particulares e também em festivais.

 

  • SANDRO NEIVA – Quais foram as maiores motivações para vocês montarem a banda, quais as maiores influências e quais as maiores dificuldades?

JOÃO DORNELAS – A principal motivação é expressar nossos sentimentos através da música. As influências são os clássicos que permeiam entre o heavy metal e o blues. As dificuldades básicas são duas, na verdade, financeiras (risos), que ainda dura até hoje, e a dificuldade em encontrar espaço e aceitação para uma banda de rock independente, como nós. Mas, enfim, tanto o MICROPHONIA como também outras bandas vêm trabalhando muito e construindo seu próprio espaço na cena local.

 

  • SANDRO NEIVA – Vocês fizeram uma performance no primeiro dia do 14º Encontro Nacional de Motociclistas de Paracatu, realizado no final do mês de setembro. Gostaria que comentassem sobre o show.

EDVALDO JÚNIOR – Foi incrível, cara! Um momento de energia compartilhada, um momento mágico, inesquecível pra gente. Tivemos também um bom feedback positivo por parte das pessoas presentes, o que é um excelente combustível para continuarmos a fazer nosso rock´n´roll. E também não tem como falar de um evento dessa magnitude, com um grande público presente, sem falar da organização primorosa dos Aventureiros do Asfalto e por fim, agradeço a todos que estiveram presentes e curtiram conosco.

 

  • SANDRO NEIVA – Vocês também fizeram apresentações em outras cidades como a vizinha e querida João Pinheiro e outras, né? Como foi a experiência?

JOÃO DORNELAS – Foi uma experiência incrível, Sandro. Tocar em João Pinheiro é realmente especial. O público participa, canta junto, faz roda punk, é de uma energia gigante. Participamos de um festival solidário e foi um prazer ter participado de um evento com uma causa tão nobre. E claro, não poderíamos deixar de lembrar do Preto, que foi o organizador e é um dos maiores apoiadores e incentivadores do rock´n´roll na região.

 

  • SANDRO NEIVA – Recentemente rolou um show de fraldas no Gil Moto Rock Bar, né, como foi isso? Quem é o novo papai da banda? Afinal alguém tem que pagar o leite e as fraldas das crianças, não é verdade? (Risos)

EDVALDO JÚNIOR – Com certeza, cara, e o leite não está barato não viu? (Risos). Cara, foi outro evento muito bacana! O Gil já tinha feito um evento parecido, para arrecadar fraldas para a criança dele, e então seguimos os mesmos moldes. Nós mesmos fomos os responsáveis por toda a organização. Foi uma apresentação bem legal junto com a banda Horda, uma banda bem legal aqui da nossa região. E a ideia é essa, toda vez que tiver alguma desculpa para se fazer rock´n´roll nós iremos estar prontos e preparados. Ah, e sim, cara, o novo papai sou eu mesmo, o papai da rodada! (Risos)

  • SANDRO NEIVA – Muito prazer em ter esse bate-papo com vocês, agradeço a oportunidade e espero vê-los tocar entre o Natal e o ano novo, época na qual estarei em Paracatu. Deixo o espaço aberto para as suas considerações finais e peço que deixem o contato para quem quiser contratar uma apresentação do MICROPHONIA! Valeu e boa sorte!

JOÃO DORNELAS – Sandro, o MICROPHONIA agradece e nos sentimos honrados por essa entrevista feita por você – um cara extremamente importante para a cena local, que já escreveu a história de nosso rock´n´roll regional, e por ter aberto essa oportunidade para que possamos falar um pouco sobre nosso trabalho, agradecemos também ao Arllen Torres da rádio F3 Player, uma rádio que apoia o rock e desde o nosso início vem nos apoiando também. Agradecemos ao Gil, que tem um bar focado em rock, que dá abertura para o rock autoral e também sempre dá o seu apoio em todas as iniciativas de show. Mais uma vez manifestar nossa gratidão ao Byato Salu e ao Geovani, dos Aventureiros, pelo apoio incondicional à cena local, ao Vágner Preto e ao Éverton, lá em João Pinheiro, que organizam importantes festivais como o Rock Solidário e o Rural Rock. Agradecemos a nossos amigos dos motoclubes Irmanados e Gunslinger, por todo apoio e força, ao Ítalo Santana, do Noroeste Rock Minas, que gentilmente também disponibiliza o espaço-tenda do movimento para o rock autoral da região e aos proprietários de bares e demais casas noturnas de toda a região Noroeste que dão espaço para o rock. E já fazendo o nosso jabá, a nossa página oficial do Instagram é @microphoniaoficial. O telefone para contato é (38) 9 9974-1296. É isso aí! O MICROPHONIA é a banda mais “phoda” – com ph – de Paracatu! (Risos).

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