Loja das Quitandas foi inaugurada na Casa Paracatu

 Loja das Quitandas foi inaugurada na Casa Paracatu

História

“Nas Minas Gerais do século XVIII, o termo quitandeira era utilizado para designar as negras vendeiras, também chamadas de negras de tabuleiro, que vendiam alimentos pelas ruas. De origem africana, mais especificamente, do quimbundo, língua falada no noroeste de Angola, a palavra quitanda, seria um derivativo de kitanda, que significa tabuleiro onde se expõem gêneros alimentícios à venda nas feiras, inclusive verduras e legumes. Na África, a palavra também passou a designar as próprias feiras. Já no Brasil, ela ganhou o significado de pequenos estabelecimentos comerciais, cujos produtos são expostos em bancadas ou tabuleiros. Essa prática feminina, de origem africana, havia se estendido nas colônias, mas foi assumindo diferentes características locais, como no caso de Minas Gerais, onde as negras de tabuleiro se congregavam nas regiões de exploração mineradora (Paiva, 2001, Figueiredo,1993). Durante o século XIX, com o esgotamento do ciclo de exploração das minas, as quitandeiras negras, escravas ou forras, foram desaparecendo enquanto categoria social, mas o termo quitanda permaneceu, ainda que fortemente ressignificado.”

“As quitandeiras no Brasil se espalharam por todo o território e tiveram muita importância em Minas Gerais no século XVIII, quando a corrida pelo ouro prejudicava o plantio e abastecimento de alimentos naquela região. Eram elas que levavam até as minas a comida dos escravizados e feitores que trabalhavam ali. Em Minas, como no resto do Brasil, as quitandeiras enfrentaram a desconfiança das autoridades, que as julgavam suspeitas de contrabando de ouro e pedras preciosas ou de acobertar escravos fugidos, mas como eram necessárias não foi possível expulsá-las dali.”

 

Aquarela de Debret com escravas no Rio de Janeiro — Foto: Reprodução
Inauguração

Nesta manhã de domingo (9), foi inaugurada a Loja das Quitandas e contou com a presença do Prefeito, Igor Santos, Secretário Municipal de Cultura e Turismo, Marcio Souto, Promotora de Justiça, Dra. Mariana Leão, representando a Câmara, Vereadora Vera Lemos, Presidente da Associação de Quitandeiras de Paracatu, Fernanda Jordão, Analista do Sebrae minas, Patrícia Rezende, a representante da Faop, Lúcia Brandão, quitandeiras, secretários, e comunidade no geral.

 

Quitandeiras e a magia das quitandas

A cozinha é o cartão de visitas do mineiro, que hospitaleiro por natureza, adora receber neste, que é o lugar mais importante da casa. As quitandas de Paracatu são reflexos da história dos paracatuenses.  Com sabor de infância e com um cheiro da casa de vó, as receitas trazem, consigo o sabor único e especial, que se expressa por meio dos saberes e do ofício de cada mestre e mestra. As receitas são passadas de geração em geração, carregadas de histórias e afetos e sempre temperadas com os famosos “casos mineiros”. Compreendendo a importância deste patrimônio imaterial, a prefeitura municipal de Paracatu, por meio da secretaria municipal de cultura e turismo, e o Sebrae inaugura hoje a loja das quitandeiras, um espaço repleto de delícias locais, produzidas com carinho pela associação das quitandeiras de Paracatu. A loja, que é uma cozinha no coração de Paracatu, tem como objetivo fomentar as quitandas e quitandeiras por seus valores simbólicos e culturais, e onde paracatuenses e turistas poderão comprar, presentear e saborear as receitas raízes da nossa cidade.

As quitandeiras (os) paracatuenses se revelam e com eles expressam as mudanças que a cidade tem vivido nos últimos anos impulsionados pelo seu crescimento e pelo incremento do turismo. Ele parte do reconhecimento das quitandas no contexto urbano e entra no universo doméstico para apreender as sinuosidades desta produção e descortinar as histórias dessas quitandeiras que as produzem. A atividade realizada pelas quitandeiras é vista como parte de modelos alimentares que estão expostos aos atuais fluxos de informações e pessoas.

Lançamento dos vídeos institucionais

A casa Paracatu é um retrato da cultura local, criada também com o objetivo de ativar a estratégia de marca do destino Paracatu, daí o lançamento dos vídeos institucionais da cidade e de promoção do turismo em três versões: para a comunidade, para o visitante e para o investidor.

Exposição “JANELAS DE PARACATU”

A Secretaria Municipal de cultura e Turismo, por meio da Faop unidade Paracatu, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Tecnologia, Escola Estadual Altina de Paula Guimaraes, Escola Municipal Marcia Macedo Meireles- CAIC e AABB Comunidade, através do projeto “JANELAS DE PARACATU”, oferecem diferentes oportunidades de aprendizado sobre a historia das janelas que compõem o conjunto arquitetônico dos casarões do centro histórico da cidade.

A proposta do projeto é de sensibilizar os alunos das instituições participantes, fazendo-os entender porque a nossa cidade é reconhecida pela história e qual a importância da preservação das edificações e suas características.

Lançamento do Livro Janelas de Paracatu

Jacirema das Neves Pompeu Martins é mestra em geografia e pesquisadora brasileira conhecida por suas contribuições na área do ensino de geografia, educação e preservação patrimonial.  Autora do Livro Janelas de Paracatu, lançou na Casa Paracatu o seu livro durante o café Cultural.

 

 

 

 

 

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O Lábaro

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