Fliparacatu em seu segundo dia, presença marcante da Ministra Carmen Lúcia e da jornalista Mirian Leitão

A 1ª edição do Fliparacatu no seu segundo dia foi recheada de apresentações para o infanto juvenil com várias atrações, debates com atores nacionais e regionais e apresentações de musicas. A cidade está respirando cultura.

Dirigido pelo tema “Arte, Literatura e Ancestralidade”, o Festival acontece até dia 27 de agosto, domingo, de forma presencial, no centro Histórico de Paracatu e digital, pelo canal do Youtube.

Durante a programação do dia, o jornalista e escritor Jamil Chade e José-Manuel Diogo, fundador da Associação Portugal Brasil 200 anos, participaram de um debate, com o tema cidadania da língua e lusofonia.

Na noite a Fliparacatu apresentou um encontro das mineiras a ministra Carmen Lúcia do Supremo Tribunal Federal (STF), e a jornalista e escritora Miriam Leitão que falaram sobre a liberdade que a leitura e a literatura promovem.. Esse encontro foi marcado com a presença de um público de todas as idades, o local ficou lotado.

A ministra Carmen Lúcia que é da cidade de Montes Claros no norte de Minas em sua fala relatou um episódio de quando visitou um presidio, ouviu de um recuperando que ele concordava com o que Paulo, que ele jurava ser um amigo da ministra, dizia em seus livros. “Educação não transforma o mundo. Educação muda às pessoas. Pessoas transformam o mundo”, era o pensamento em questão, explicou o interlocutor, quando Carmen Lúcia entendeu que, na verdade, aquele homem se referia a Paulo Freire (1921-1997), patrono da educação brasileira. A ministra citou trechos de versos de Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade e fez menção a Riobaldo, personagem de Grande Sertão: Veredas, clássico de Guimarães Rosa.

Antes de passar a palavra à jornalista e escritora Mirian Leitão, ela mencionou sustentar o sonho de que exista uma biblioteca em cada cidade com menos de 50 mil habitantes do Norte de Minas, de onde ela vem.

A Jornalista Mirian Leitão falou enalteceu a ministra dizendo que a Carmen Lúcia é filha do livro e que ela também é filha do livro e por isso seriam irmãs.

A jornalista relembrou um trabalho de reportagem realizado por ela para o “Jornal Nacional”, da Rede Globo, em que, em uma entrevista com uma mulher canavieira, ouviu o que julga ser a melhor definição do analfabetismo: “Quem não sabe ler é cedo no entendimento”, teria dito a entrevistada. Assim como Cármen Lúcia, ela citou, no discurso de suas falas, questões relativas ao machismo e patriarcalismo, citando, inclusive, reflexões da filósofa francesa Simone de Beauvoir (1908- 1986).

No final o curador Afonso convida a escritora Conceição Evaristo para fazer parte desse momento tão importante para todos.

E durante a programação mais mesas de bate-papo, que abordaram vários temas. Em meio aos convidados, estavam nomes como Nádia Gotlib, biógrafa de Clarice Lispector, Paloma Jorge Amado, filha do escritor bahianoJorge Amado, Tom Farias, autor da biografia de Carolina Maria de Jesus e Socorro Acioli, escritora e jornalista.

A Fliparacatu através da literatura e da arte promove momentos de relevância aos paracatuenses e visitantes.