Ministra prestigia ação nacional pelo Censo reunindo IBGE, Cufa e Data Favela | Ralph Izumi
Em mais uma demonstração de apoio ao Censo e apreço pelo IBGE, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, prestigiou pessoalmente a ação nacional de mobilização Favela no Mapa, realizada no fim de semana, em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa) e o Data Favela. Ela foi no fim de semana a Heliópolis (SP), onde se encontrou com o presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo, o presidente da Cufa, Preto Zezé, e o fundador do Data Favela, Renato Meirelles. Em 20 estados, a iniciativa conjunta inédita busca abrir caminhos e portas para o IBGE avançar com a operação censitária nas comunidades e reduzir o percentual de não respostas nos chamados aglomerados subnormais.
Às 10h30 de sábado (25), Simone Tebet chegou a Heliópolis, cumprimentou lideranças, moradores, jornalistas e fez discurso em defesa da participação da sociedade. Repórteres de vários veículos (TVs, rádios, jornais e portais) a esperavam. “O Censo é de extrema importância para mostrar quem somos e quantos somos, principalmente na favela. Aqui precisa de escola ou de creche? De posto de saúde ou de água encanada? Esse levantamento só pode ser realizado quando o IBGE entra em cada casa e pergunta a cada família como ela vive. E a partir daí entramos com políticas públicas baseadas em evidências”, afirmou. “O banco de dados do IBGE, esse diagnóstico, é necessário ao poder público e à iniciativa privada. Isso movimenta a economia. Sem a atualização desses dados estamos fadados a não ter crescimento com qualidade de vida”, ressaltou a ministra.
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Além de São Paulo, o evento conjunto Favela no Mapa ocorreu no Rio de Janeiro, Bahia, Goiás, Pará e Santa Catarina. Em outros estados, o IBGE também promoveu esforços de visibilidade e mídia, com estandes, balcões, balões, faixas, cartazes, carros de som, distribuição de folhetos, pipoca ou picolé… além de coletivas ou entrevistas. As imprensas locais foram avisadas e municiadas em geral com vídeos, spots e releases.
Em Heliópolis, cerca de 100 recenseadores, coordenadores técnicos e agentes de pesquisa estavam presentes na ação Favela no Mapa. O evento teve início às 9h, em frente à sede da Cufa. Uma estrutura foi montada para atender moradores e, também, informar recenseadores de outras regiões quais seriam os setores censitários designados a cada um na comunidade durante a força-tarefa de coleta do fim de semana.
O presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo, afirmou que o Favela no Mapa finalizaria o recenseamento em Heliópolis em 2 dias. “Se cada recenseador fizer 14 entrevistas entre sábado e domingo, conseguimos terminar a coleta aqui. Por isso, essa ação de hoje é tão importante em São Paulo e nos demais estados do país”. “No momento em que a iniciativa privada tiver acesso aos dados do Censo, poderá investir aqui, pois saberá onde está investindo”, explicou Cimar.
Francisco Barcia, superintendente do IBGE em São Paulo, esclareceu que, desde o dia 18 de março, o estado já vem realizando uma força-tarefa para finalizar a coleta em 18 aglomerados. “A ação deste sábado não é somente um evento, mas sim uma continuidade dos esforços da equipe técnica/operacional e dos recenseadores em terminar a coleta com qualidade nas favelas paulistas. Até o final do mês, continuaremos essa força-tarefa”.Para Renato Meirelles, do Data Favela, a parceria com o IBGE coloca a periferia no centro do mapa. “É aqui onde há maior necessidade de políticas públicas, para reduzir as desigualdades. E não se pode fazer isso sem dados. Desse modo, o Censo é fundamental. E se é verdade que o IBGE conta com a ajuda da Cufa e do Data Favela, também é verdade que nós e os quase 18 milhões de moradores de favela precisam dos dados do Censo para melhorar a realidade desse território”.
“Oi, bom dia, eu sou… o Censo”
“O objetivo hoje é que possamos ajudar o IBGE a alcançar o maior número de domicílios, para ter mais dados concretos sobre os moradores de favela. É de extrema importância essa parceria inédita, pois ajuda o recenseador a entrar em favelas a noite, por exemplo, garantindo que o trabalhador seja incluído no Censo”, afirmou a presidente nacional da Cufa, Kalyne Lima.
O recenseador José Valdiran da Silva, que atua desde o início do Censo na região, sabe da importância da conscientização dos moradores em relação à coleta. “Essa ação é excelente para finalizar a pesquisa. A parceria ajuda a entrar em lugares que, no início, não conseguimos entrar”.
Após a mobilização em frente à Cufa, os recenseadores foram coletar as informações dos domicílios da região. Um dos moradores recenseados foi Willian Santos, analista comercial. Para ele, é fundamental que a coleta produza informações adequadas a fim de melhorar a questão do saneamento básico em Heliópolis. “Aqui na entrada da favela isso é tranquilo, mas tem muitas casas no interior sem saneamento adequado”. Leila da Silva, recenseadora que coletou as informações de Willian, avaliou a parceria como benéfica, pois ajuda a abrir as portas das residências para os recenseadores.
“Oi, bom dia, eu sou a Ana do IBGE, estou aqui pra fazer a pesquisa do Censo”. Ao tocar o interfone de um pequeno condomínio em Heliópolis, a recenseadora Ana Gomes tenta falar com um morador. “Achei maravilhosa a ação de hoje, pois ajuda a produzir mais coleta com excelência. Sou do ABC Paulista e fui convocada para atuar aqui e apoiar a mobilização. Sábado e domingo estarei presente. A meta estipulada é de 14 entrevistas, mas a minha meta pessoal é 36 entrevistas por dia. Então estou focada nisso”.
Para mais informações sobre esse assunto acesse a página do IBGE na Internet – www.ibge.gov.br ou diretamente na Agência de Notícias IBGE – http://agenciadenoticias.ibge.gov.br/
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