Professores e comunidade escolar defende a revogação total da nova matriz curricular do município de Paracatu
Por Luciana Pinheiro
No momento em que os professores estavam próximos às suas férias o secretário de educação do município de Paracatu apresenta uma nova matriz curricular, que não foi baseada na realidade da rotina escolar e nem dialogada com a categoria. A nova matriz curricular da rede municipal, foi divulgada sem nenhum debate com a comunidade escolar e sem envolver os professores.
Propositalmente, a mudança foi no final do ano letivo de 2.022, com o intuito de dificultar o debate. Para a educação é um retrocesso, que prejudica a formação dos estudantes e a concepção crítica. As diretrizes representam na prática, uma redução de carga horária de disciplinas fundamentais, podemos por exemplo citar arte e educação física, privando os estudantes acesso de conteúdos essenciais para a sua formação. Portanto essa redução terá um impacto negativo sobre os alunos das escolas municipais de Paracatu.
Os estudantes tem o direito de desenvolver habilidades das disciplinas de arte e educação física. Indo na contramão da ciência, a nova matriz curricular reduz, na prática, as atividades física das crianças e adolescentes. Sabemos que para se obter o gosto pela prática esportiva, ela deve ser inserida nas escolas no mínimo 2 x por semana. Ressaltamos que na aula de Educação Física o aluno tem a oportunidade de tomar decisões. Ele tem a capacidade de vivenciar os valores da vida tais como liderança, hierarquia, responsabilidade, aprende a lidar com as suas emoções e frustrações, mas a nova matriz curricular vai contra tudo isso. Lamentável…Talvez por isso hoje percebemos mais doenças infantis, mais jovens afastados dos esportes e cada vez mais as crianças e adolescentes estão depressivos.
Numa sociedade que exige uma formação integral, contemplando as práticas esportivas e culturais, o secretário da educação, sem nenhum tipo de diálogo ou estudo que justifique, gera uma nova matriz curricular que abre a possibilidade da redução de tempos de aulas das disciplinas de educação física e arte para os discentes, sem qualquer discussão com a comunidade escolar. Reduzir a carga horária dessas disciplinas, é uma escolha equivocada que prejudica os direitos de aprendizagem dos nossos educandos.
A comunidade escolar, que deveria debater, analisar e avalizar a nova matriz curricular, não foi consultada. Solicitamos ao prefeito Igor Santos que em respeito à autonomia escolar e à gestão democrática, a revogação total da nova matriz curricular. Sugerimos um amplo debate com a sociedade sobre a matriz curricular durante esse ano letivo de 2.023. Uma gestão democrática de ensino público incumbe às escolas na elaboração das suas propostas pedagógica. No entanto sem um aprofundamento de debate na construção da nova matriz curricular temos a redução da qualidade da educação pública do nosso município. Vamos, trazer para a sociedade a discussão da nossa matriz curricular para que ela seja construída conforme a realidade escolar.
A secretaria de Educação recentemente apresentou uma contraproposta, no qual revogou a matriz curricular dos anos finais do ensino fundamental. No entanto o que pedimos é a revogação total da nova matriz curricular, não é condizente a revogação parcial. A proposta não foi debatida publicamente com os trabalhadores da educação ou com os pais e alunos da nossa rede municipal. Se aprovada, as alterações a nova matriz curricular pode entrar em vigor no início desse ano letivo de 2.023, no qual irá alterar profundamente a grade curricular dos anos iniciais do ensino fundamental, educação infantil e creche. É uma absoluta falta de respeito com educadores e estudantes, no qual irá desorganiza as escolas e o início do ano letivo, além de prejudicar o projeto pedagógico de toda a rede municipal. Entendemos, se o prefeito aprovar essa medida, ele está permitindo o autoritarismo na educação. Todavia matriz curricular não deve ser construída dentro de gabinete e sim pela comunidade escolar.
Após a pandemia, a rede municipal de ensino deveria estar discutindo a maior qualidade da educação pública. No entanto a nova matriz curricular, possibilita o detrimento da qualidade da educação pública e da gestão democrática. É preciso lutar diante as imposições de um secretário da educação que prioriza a redução de aulas de disciplinas que são primordiais para os alunos. Se existe o objetivo de inclusão de disciplinas eletivas, que se discuta democraticamente a ampliação da carga horária dos estudantes.
Diante da apresentação da NOVA MATRIZ CURRICULAR apresentada no final do ano letivo de 2022 para nós professores, é possível observar o atropelamento da gestão democrática, o desrespeito à autonomia das escolas, a redução da carga horária de disciplinas importantes para os alunos, a implementação de novas disciplinas sem diálogo e preparação e o remanejo de docentes. Simplesmente querem que a escola implementa a nova matriz curricular, contra a vontade da Comunidade Escolar. Pela educação pública de qualidade, crítica e emancipatória, é que somos contra a essa mudança na grade curricular. Precisamos reafirmamos a importância da discussão, para a construção de uma nova matriz curricular.
Luciana Barbosa Pinheiro – professora da rede municipal de ensino de Paracatu/ Graduada em Pedagogia e Direito / pós-graduada em Psicopedagoga
foto da internet para ilustração
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