Blocos produzidos na Penitenciária de Unaí vão pavimentar campus da UFVJM
Fábrica instalada em unidade prisional é gerida pela prefeitura e emprega quatro detentos
Treze mil bloquetes produzidos na Penitenciária de Unaí, na região Noroeste do estado, estão sendo usados na pavimentação do pátio do estacionamento do Campus Unaí, da Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). A ação faz parte de uma parceria entre unidade prisional, prefeitura municipal e universidade.
Quatro detentos trabalham na Fábrica de Artefatos de Concretos, instalada na área externa da penitenciária. Os presos atuam para a administração municipal, que disponibiliza maquinário e um servidor para gerenciar a produção. No caso dos bloquetes usados pela UFVJM, o material empregado para fabricar foi cedido pela universidade.
A parceria estava suspensa devido à pandemia e foi retomada para a produção das peças utilizadas no calçamento na universidade. De um lado, a UFVJM possuía material e precisava de mão de obra para fabricar os itens de calçamento, do outro, a prefeitura e a penitenciária tinham uma oficina com maquinários e pessoas para trabalhar no local; combinação perfeita para que a parceria desse certo.
Trabalho em conjunto
O diretor Regional da 16ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), Paulo Henrique Pereira, destaca a importância das parcerias do sistema prisional com as prefeituras mineiras. “Com essa iniciativa temos a oportunidade de inserir os presos no trabalho, seja interno ou externo; em Unaí temos as duas frentes. E essas ações são de extrema relevância, porque o detento pode trabalhar, ganhar remição de pena, ser remunerado para ajudar a sua família e, em alguns casos, até aprender uma nova profissão”, explica.
Produção
A estimativa é que mais de 500 mil peças já tenham sido produzidas na Fábrica de Artefatos de Concretos, instalada há mais de três anos na Penitenciária de Unaí. A unidade recebeu maquinário para produção de bloquetes, disponibilizado pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG). A parceria surgiu a partir de uma proposta do diretor Regional à administração municipal.
A produção, desde o início, é destinada às necessidades da prefeitura, que paga 75% do valor de um salário mínimo para os presos, além de fornecer outros maquinários e o material usado na produção, como cimento, brita e areia. Já foram construídas manilhas de diversos tamanhos, blocos, meios-fios, bloquetes, todos utilizados pela administração municipal em obras de Unaí.
“Nossa parceria é bastante produtiva, os detentos da penitenciária fazem um trabalho muito bom aqui na cidade, e também trabalham na limpeza e na jardinagem”, afirma o prefeito José Gomes Branquinho.
Os presos que atuam na fábrica são do regime semiaberto, com autorização de saída temporária e trabalho externo. Eles também foram aprovados para o trabalho pela Comissão Técnica de Classificação da penitenciária, que avalia comportamento, aptidão, situação processual, saúde, entre outros quesitos. A produção é coordenada por um encarregado da prefeitura, juntamente com a equipe do setor de produção da unidade prisional.
Foto: Divulgação / Sejusp
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