Saldo de empregos nas MPE mineiras é o pior dos últimos 10 anos
Região Noroeste de Minas Gerais foi a única que registrou saldo positivo nos seis primeiros meses de 2020
O primeiro semestre de 2020 foi dramático para os pequenos negócios mineiros. De janeiro a junho, o segmento contabilizou um saldo negativo de 75.405 postos de trabalho, o pior já registrado no mesmo período ao longo dos últimos dez anos. “Já esperávamos um impacto negativo por conta da pandemia, mas não um saldo tão ruim”, comenta Afonso Rocha, superintendente do Sebrae Minas.
Março, abril e maio foram os meses em que o impacto da pandemia foi mais devastador sobre os pequenos negócios. No total, nestes 90 dias a diferença entre o número de contratações e demissões no segmento foi de menos 100 mil postos de trabalho. “É um resultado devastador, principalmente porque as micro e pequenas empresas são as principais empregadoras do estado, responsáveis por mais de 60% dos empregos com carteira assinada em Minas Gerais”, avalia Rocha.
No primeiro semestre de 2019, 260 municípios mineiros fecharam o período com saldo negativo de empregos. Neste ano, o número praticamente dobrou: 502 municípios encerraram mais postos de trabalho do que criaram. Em algumas regiões do estado, como a Central, o resultado foi ainda mais crítico. Nos seis primeiros meses de 2019, o saldo entre o número de empregos e desempregos na região foi positivo, somando 22 mil novos postos de trabalho. No mesmo período deste ano, o quadro foi drasticamente invertido, com 51 mil vagas encerradas.
Com exceção da região Noroeste, que registrou saldo positivo de 2.561 vagas de emprego, todas as outras regiões mineiras tiveram um resultado no saldo de empregos diametralmente oposto ao observado no primeiro semestre de 2019. A geração de emprego na região foi impulsionada, principalmente pelos municípios de Paracatu, com a criação de 958 vagas, e João Pinheiro, com 693 novos postos de trabalho. Já Unaí registrou saldo negativo de 213.
Os piores resultados foram registrados nas regiões Centro (-51.532), Zona da Mata e Vertentes (- 18.525) e Sul (- 15.122). ”As maiores retrações foram nas cidades de grande e médio porte, especialmente aquelas em que a indústria tem um papel importante”, como é o caso de Belo Horizonte (-48.627), Juiz de Fora (-8.185), Nova Serrana (-7.320) e Contagem (-7.185)”, informa o superintendente do Sebrae Minas.
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