NAS ENTRELINHAS

ilustração da internet

Estou convencido de que não surpreenderei ninguém ao tratar desse tema, especialmente em razão de conhecer boa parte daqueles que me privilegiam com um pouco de tempo na leitura do que produz esse escriba.   Na convivência humana, observa-se que os atos praticados visam quase sempre objetivos já traçados pelo praticante, trocando em miúdos, as ações gratuitas desprovidas da pretensão de um resultado prático posterior praticamente inexistem.   Para melhor esclarecer, vejo que o que fazemos quando servimos alguém, em regra, vem tipo um pacote de intenções, assim, faço isso visando aquilo, o triste dessa conclusão, é que como humanos somos obrigados a admitir que nos mostramos por demais interesseiros.   A honestidade de muitos de nós ao admitir nossos próprios defeitos pode e talvez até deva ser entendido como virtude, menos mal, todavia longe de comportamento ideal para convivência e relacionamento de qualquer espécie.   A grande verdade é que vivemos uma vida cheia dos famosos “toma lá, dá cá”, e de cara limpa à maioria de nós pouco importa se os outros assim entendem.   Uma humanidade doente cujos atos não indicam ao certo o caminho que se quer seguir.   É possível notar que por esperteza, camuflamos ao máximo nossas intenções, apontamos querer seguir num rumo, mas com pretensão real de tomar outro caminho, dissimulação é a palavra de ordem.   Refletindo, não sei a real razão disso tudo, seria o sistema?   Será que em virtude dos malefícios do capitalismo estaríamos cada vez mais deixando de ser humanos?   Submetendo-nos de corpo e alma a uma forma de vida nitidamente baseada na troca, e, a um mundo onde o espirito de doar de coração seja apenas uma vaga lembrança _ Onde os atos e atitudes de puro amor ficam no campo das utopias?   Vivemos mesmo um tempo de escuridão, no Brasil, nunca se viu tanta celebração de contratos de convivência substituir os verdadeiros casamentos, as cláusulas avençadas nos “matrimônios” jamais foram tão minuciosas, e, em alguns casos, recheadas de exigências absurdas.   O tempo em que as paixões avassaladoras ditavam os vindouros desfechos das heranças faz parte de um passado distante, hoje, a conveniência funciona como carro chefe, todo o resto apenas completa o cardápio dos relacionamentos.   Por tudo isso, deixo a dica, em tudo que você ver, que se envolver, que participar, for envolvido, de alguma forma tiver de intervir ou solucionar, das suas mais simples até as mais sérias decisões, analise, seja perspicaz, observe com atenção as mensagens vindas no contexto, leia o que o que vem nas ENTRELINHAS a fim de não ser engolido pelo interesse alheio.   Finalmente, caso ainda paire qualquer dúvida, em qualquer decisão que for tomar, erre se necessário, mas tome atitudes onde prevaleçam os atos de amor, o mundo em que vivemos está carente, muito carente de atos do verdadeiro amor.

Miguilim de quarentena – ufa! Tô que não aguento.

Miguel Francisco do Sêrro–Advogado e Historiador

 

Comentários

O Lábaro

Posts Relacionados