Religiões de matriz africana defendem paz e respeito no Dia de Iemanjá
Diversas cidades do país celebram a Rainha dos Mares
Publicado em 02/02/2020 – 13:11
Por Vladimir Platonow – Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, os festejos começaram logo cedo, com uma procissão no Cais do Valongo, local histórico no centro da cidade, por onde chegaram milhares de negros escravizados trazidos da África. Vestidos de branco, carregando flores, todos faziam questão de agradecer a Iemanjá. Em seguida, as comemorações prosseguiram com uma roda na Praça XV, reunindo integrantes e simpatizantes de todas as idades.
“Nós comemoramos nesta data nossa grande mãe Iemanjá. Não existe intolerância religiosa, o que existe é racismo religioso. Nós sofremos o racismo dentro da nossa cultura e das nossas estruturas. Estamos aqui na rua pregando a tolerância, o respeito, a paz e a convivência entre todos”, disse Renato de Alcântara, padrinho do Bloco Afro Afoxé Ilê-Alá, que organizou a homenagem juntamente com o grupo Filhas de Ghandi.
Renato frisou que a intolerância é feita por grupos minoritários nas demais religiões e que existe um espírito de cooperação entre todas as verdadeiras lideranças, independentemente de qual corrente religiosa: “Temos muitos parceiros dentro das demais religiões, que congregam com a gente a ideia de união e paz”.
Nossa Senhora dos Navegantes
No sincretismo religioso, Iemanjá é Nossa Senhora dos Navegantes, para os católicos. Uma das maiores procissões do país acontece em Porto Alegre, onde o dia é feriado. A procissão reúne, anualmente, milhares de fiéis, tanto por terra quanto por água, pelo Rio Guaíba, do centro da cidade até a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, no bairro de mesmo nome. A fé na santa católica foi trazida ao Brasil pelos navegadores portugueses.
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